O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou nesta segunda-feira (20) o programa Mais Médicos, que prevê a abertura de 15 mil vagas para a área da saúde. Lula afirmou que a prioridade é empregar profissionais brasileiros, mas não descartou convocar estrangeiros.
“Nós queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam brasileiros”, afirmou.O presidente, no entanto, afirmou que médicos estrangeiros podem ser convocados, caso as vagas disponibilizadas não sejam preenchidas por brasileiros.
“O que importa não é saber a nacionalidade do médico, o que importa é saber a nacionalidade o paciente”, disse o presidente
Rebatizado de Mais Médicos para o Brasil, o programa, criado em 2013 e marcado pela contratação de médicos cubanos, passa a incluir outras áreas de saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais, e promete priorizar profissionais brasileiros.
O presidente reiterou que os gastos com programas sociais precisam ser entendidos como investimentos e afirmou que “os cursos de economia precisam mudar” para definir corretamente as diferenças entre custo e investimento.
“Poucas vezes, o povo pobre recebeu o tratamento que teve depois que colocamos o Mais Médicos para funcionar”, disse.
Médicos cubanos
Durante a cerimônia, Lula lembrou as críticas relacionadas à chegada de médicos cubanos ao país na época e chegou a se desculpar com os profissionais.
“A maioria das pessoas pobres deste país ainda morre sem ser atendida pelo tal do especialista, que podia ser a coisa mais comum, mas não é”, continuou o presidente.
“Somente quem mora na periferia das grandes cidades, em cidades pequenas no interior, sabe o que é a ausência de um médico, uma pessoa começar com uma pequena dor de cabeça e vir a falecer porque não tinha ninguém para fazer uma consulta”.
Durante o governo Dilma, o programa foi sustentado a partir de um acordo internacional que previa remuneração ao governo cubano pela atuação de seus profissionais no país.
A parceria entre os dois países foi rompida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que determinou, em 2018, a saída dos médicos do Brasil sob a acusação de que o dinheiro destinado ao programa servia para financiar os projetos do ex-presidente da ilha, Fidel Castro.
Dados do Ministério da Saúde daquele ano indicavam que mais de 8 mil médicos cubanos trabalhavam no país por meio do programa, que tinha naquele momento pouco mais de 18 mil vagas preenchidas em mais de 4 mil municípios.