O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que não teme pedidos de impeachment que questionam sua atuação como chefe do Ministério Público Federal. Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Aras afirmou que parlamentares buscam ‘visibilidade na imprensa e fazer proselitismo político’ com interesses eleitorais.
Em agosto, dois pedidos para destituir Aras do cargo de procurador-geral da República foram apresentados no Senado Federal. Um deles pelo jurista Modesto Carvalhosa, que questiona declarações críticas de Aras sobre a operação Lava Jato. O outro foi apresentado por parlamentares do PSOL e da Rede que questionam o arquivamento de ações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Esse único pedido que eu conheço, de deputados e de um senador, tem claro conteúdo eleitoral. É o desconforto de quem quer ganhar visibilidade na imprensa e fazer proselitismo político às custas de um procurador cujo pecado é cumprir a constituição. E vou continuar fazendo, não vou arredar um pé”, afirmou Aras.
O procurador citou interesses pessoais do jurista Modesto Carvalhosa em relação às críticas feitas sobre suas declarações contra a Lava Jato.
“Não há como agradar a um advogado reconhecido por suas qualidades advocatícias, econômicas e serviços prestados a grandes grupos econômicos com interesses bilionárias na Lava-jato. Não há como se atribuir legitimidade a alguém que se manifestar por interesse material com alguém que tem interesse cívico”, disse Aras.
‘Golpe no presidente?’
Sobre críticas quanto a sua atuação na fiscalização das ações de Jair Bolsonaro, Aras argumenta que há oito inquéritos contra o atual presidente no STF e defende o trabalho realizado pela PGR diante da CPI da Covid.
“Nós contribuímos para cassar dois governadores de estado, denunciamos um governador e um vice-governador e outros 14 pessoas. Temos mais meia dúzia de governadores investigados. Fizemos oito inquéritos contra ministros de Estado, em razão destes inquéritos tiveram que renunciar a seus cargos. Temos oito inquéritos contra o presidente da República. Se alguém quer dar um golpe no presidente da República, basta um, não precisa de dois. Nós temos oito. Como estão os inquéritos? Estão tramitando nos termos do Supremo, que é o órgão que conduz esses inquéritos”, afirmou o chefe do MPF.
Ouça trechos da entrevista de Augusto Aras: