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Bolsonaro reúne embaixadores e repete ataques contra TSE, ministros e urna eletrônica

Evento contou com a presença de ministros como Carlos França (Itamaraty) e Ciro Nogueira (Casa Civil)

Bolsonaro apresentou powerpoint e diplomatas para questionar sistema eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou embaixadores de diversos países em uma cerimônia no Palácio do Planalto e reuniu uma série de ataques que vem proferindo nos últimos anos contra o sistema eleitoral brasileiro, a urna eletrônica e ministros que fazem parte do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De pé em uma tribuna, Bolsonaro falou por cerca de 45 minutos e apresentou um powerpoint com uma série de matérias jornalísticas e vídeos. Ele questionou a confiabilidade do sistema eleitoral, voltou a afirmar que as urnas não são auditáveis e associou ministros do STF, como Luis Roberto Barroso e Edson Fachin ao seu adversário nas eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro abriu a apresentação mostrando trechos de um inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre uma invasão de hackers ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse mesmo inquérito motivou um pedido de abertura de investigação contra o próprio presidente, que já havia divulgado documentos sigilosos da PF sobre o assunto. Segundo ele, não há qualquer classificação de sigilo sobre o inquérito.

Bolsonaro também ofereceu, por duas vezes, a enviar cópias das investigações aos embaixadores, caso quisessem.

“Tudo começou nessa denúncia de conhecimento do TSE, onde um hacker diz claramente que teve acesso a tudo dentro do TSE, obteve acesso aos milhares de códigos-fonte e até a senha de um ministro do TSE”, afirmou. “Segundo o TSE, os hackers ficaram oito meses dentro dos computadores e poderiam alterar nomes dos candidatos, transferir votos de um para outro”, completou o presidente.

O TSE já se manifestou sobre o assunto e negou que a invasão tivesse gerado qualquer risco à integridade das eleições 2018 e que depois que o código-fonte dos programas são lacrados eletronicamente, não podem sofrer qualquer alteração. O Tribunal também lembrou que as urnas não são conectadas à internet e, por isso, não podem ser invadidas por um agente externo.

Ataques a ministros do TSE

Ainda durante a cerimônia, Bolsonaro voltou a atacar três ministros do STF e do TSE: Edson Fachin, que preside o Tribunal, Alexandre de Moraes, que assumirá o cargo durante as eleições deste ano, e Luís Roberto Barroso.

O presidente questionou a decisão do STF que determinou que seu adversário, Lula, deveria ter sido julgado pela Justiça Federal em Brasília e não em Curitiba. A decisão fez com que o petista pudesse concorrer legalmente às eleições deste ano.

“O ministro Fachin era relator do processo e resolveu tornar o Lula elegível. Por 3 votos a 2, o STF não o inocentou, mas anulou os julgamentos voltando para a 1ª instância. Ele reconquistou a possibilidade de ser elegível em setembro de 2021", disse.

Sobre Barroso, Bolsonaro disse que ele ganhou a confiança do PT para ser nomeado ministro após ter “defendido o terrorista Cesare Battisti”.

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