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Por que raças pequenas de cachorro vivem mais?

Especialistas e pesquisas ajudam a entender os motivos que fazem os “cãezinhos” superarem seus pares maiores em anos de vida

Cães menores geralmente enfrentam menos problemas estruturais e são mais resistentes a certas enfermidades

A longevidade dos cães varia bastante conforme o porte, a raça e os cuidados recebidos ao longo da vida.

Dados científicos e estudos veterinários indicam que, em geral, cães de raças pequenas vivem mais tempo do que os de porte grande. Mas por que isso acontece?

Especialistas e pesquisas ajudam a entender os motivos que fazem os “cãezinhos” superarem seus pares maiores em anos de vida.

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A influência do tamanho na longevidade canina

Uma análise extensa publicada pela Universidade de Glasgow, no Reino Unido, baseada em registros de mais de 600 mil cães, mostrou que “cães pequenos vivem em média 12,7 anos, enquanto os grandes vivem cerca de 11,9 anos”.

Essa diferença parece pequena, mas se traduz em uma diferença significativa quando comparada à expectativa média de vida dos humanos.

Segundo o American Kennel Club (AKC), “raças pequenas, como o Chihuahua, Papillon e Shiba Inu, frequentemente alcançam 14 anos ou mais, enquanto raças braquicefálicas, como Bulldogs e Pugs, têm expectativa média de vida inferior, por volta de nove anos”.

Um dos motivos é que raças grandes envelhecem mais rápido, o que pode estar ligado a processos metabólicos e genéticos distintos.

Fatores genéticos e metabólicos por trás da longevidade

A genética é uma peça fundamental nessa equação. De acordo com pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia, “a maior taxa de crescimento e o metabolismo acelerado em raças maiores estão relacionados a um desgaste celular mais rápido, reduzindo a longevidade”.

Além disso, raças grandes têm maior predisposição a doenças cardíacas, displasia de quadril e problemas ortopédicos que comprometem a qualidade e a duração da vida, aponta a American Veterinary Medical Association.

Já os cães menores geralmente enfrentam menos problemas estruturais e são mais resistentes a certas enfermidades.

Uma análise do Journal of Veterinary Science destacou que “cães mestiços apresentam maior longevidade que cães de raça pura, pois têm menor incidência de doenças genéticas hereditárias”.

Apesar do peso da genética e do porte, os cuidados diários podem ampliar a vida dos cães significativamente. A PetMD recomenda “uma dieta balanceada, exercícios regulares, visitas periódicas ao veterinário e atenção à saúde dental”.

A veterinária Georgina Ushi Phillips, em artigo para Southern Living, ressalta: “a qualidade de vida pode ser aumentada com estimulação mental, ambiente seguro e prevenção de obesidade”.

Veja algumas dicas essenciais para promover longevidade no seu amigo:

  • Ofereça alimentação adequada e de qualidade;
  • Estimule exercícios físicos e brincadeiras diárias;
  • Mantenha consultas veterinárias regulares para diagnóstico precoce;
  • Cuide da higiene bucal para evitar doenças sistêmicas;
  • Evite a obesidade, que compromete a saúde geral;
  • Prefira adoção consciente, considerando genética e ambiente.
Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.