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Pelagem do cachorro revela saúde, exige cuidados e varia com o ambiente

Cuidar da pelagem do cão não é apenas uma questão de beleza, mas um compromisso com o bem-estar

Atenção para a pelagem pode prevenir doenças e garantir mais conforto, saúde e longevidade para os pets

Macia, áspera, longa, curta, enrolada ou lisa: a pelagem dos cães vai além da estética e atua como uma barreira protetora contra o sol, o frio, os parasitas e outros agentes externos.

Além disso, seu estado é um indicativo importante da saúde do animal. Alterações como queda excessiva, falhas ou perda de brilho podem sinalizar desde deficiências nutricionais até doenças hormonais e dermatológicas.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o tipo de pelagem está relacionado à genética, mas fatores como alimentação, clima, higiene e estresse também influenciam.

Algumas raças têm características muito específicas, como os huskies siberianos, com pelagem dupla adaptada ao frio; outras, como os boxers, possuem pelo curto e denso, que requer manutenção diferente.

“A pelagem é um espelho do estado clínico do animal. Mudanças no brilho, textura ou cor devem ser investigadas, pois podem indicar problemas internos”, alerta a dermatologista veterinária Tatiana Weiss, em entrevista ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS).

Cada tipo exige um cuidado

Os pelos dos cães podem ser classificados em categorias como curto, longo, duro, encaracolado ou duplo.

Cães de pelo longo, como o shih-tzu, exigem escovação diária para evitar nós. Cães de pelo curto, como o beagle, também precisam de escovação regular para retirada dos pelos mortos, mesmo que com menor frequência.

Já os cães com pelagem dupla, como golden retrievers, possuem subpelos densos que se soltam em determinadas épocas do ano.

A troca de pelagem, comum nas mudanças de estação, é natural, mas quando ocorre em excesso, pode indicar desequilíbrio.

Banhos em excesso ou com produtos inadequados podem causar ressecamento da pele e comprometer a proteção natural do animal.

Segundo a American Veterinary Medical Association (AVMA), o recomendado é que o banho ocorra conforme a necessidade de cada raça, estilo de vida e orientação veterinária.

“A escovação frequente, o uso de shampoos adequados e a dieta balanceada são pilares para manter a pele e a pelagem saudáveis”, destaca o guia de cuidados com cães publicado pela AVMA.

Ambiente e nutrição também influenciam

Clima seco, exposição solar intensa, poluição e até o uso de roupas por tempo prolongado podem afetar diretamente a saúde dos pelos.

Outro ponto crucial é a alimentação. Uma dieta rica em proteínas, ácidos graxos essenciais (como o ômega 3), zinco e vitaminas do complexo B favorece uma pelagem brilhante e resistente.

A Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) destaca que a escolha de rações comerciais deve levar em conta as necessidades específicas de cada cão, de acordo com idade, porte, condição física e características como o tipo de pelo.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.