A dermatite canina é um dos problemas de pele mais frequentes nos consultórios, e afeta até 30% dos cães, segundo estimativas da Petz.
Trata-se de uma inflamação provocada por agentes diversos, como bactérias, fungos, parasitas ou alergias, e que causa vermelhidão, coceira intensa, descamação e até queda de pelos.
O diagnóstico e o tratamento são de competência veterinária, mas o banho terapêutico dado pelos tutores tem papel importante, pois ajuda na restauração do equilíbrio da pele e no alívio dos sintomas da dermatite.
O banho terapêutico é um tratamento tópico com shampoos, condicionadores e loções com ação antibacteriana, antifúngica, anti-inflamatória e hidratante. A técnica exige atenção aos seguintes aspectos:
- Produtos adequados: apenas fórmulas prescritas pelo médico veterinário, que contenham agentes como clorexidina, miconazol ou peróxido de benzoíla, comprovadamente eficazes contra os principais patógenos da dermatite canina;
- Temperatura da água morna, para evitar irritação ou ressecamento; (centagro.com.br).
- Uso das pontas dos dedos, nunca unhas ou escovas ásperas, massageando suavemente para não agravar lesões;
- Cumprimento fiel do tempo de aplicação indicado pelo veterinário ou fabricante (geralmente alguns minutos antes do enxágue);
- Secagem cuidadosa com toalha macia e, eventualmente, com secador em temperatura amena, mantendo distância para preservar a hidratação.
O Centro Tecnológico Agropecuário recomenda, em guia, esse protocolo para reduzir a inflamação, limpeza de secreções, fortalecimento da barreira cutânea e diminuição de coceira e odor, que são condições essenciais para o controle da dermatite.
Ainda de acordo com o Centro, sempre que possível os tutores devem fazer a tosa com tesoura. Assim, evita-se o uso de máquinas que podem irritar ainda mais a pele sensível.
Cuidados do tutor: antes, durante e depois do banho
A higiene eficaz não depende apenas de bons produtos, mas também da atenção do tutor em todas as etapas do banho.
É importante preparar o material com antecedência, como shampoo terapêutico, toalhas macias, secador em temperatura amena e algodão para proteção dos ouvidos.
Antes de iniciar, recomenda-se escovar cuidadosamente o pelo para remover nós e reduzir o acúmulo de pelos mortos, com atenção para não ferir a pele já sensível.
Após o banho, a secagem deve ser delicada e completa. E, se houver recomendação veterinária, é possível aplicar uma loção hidratante ou umectante para ajudar na reposição da barreira lipídica da pele do cachorro.
Também é necessário manter o ambiente limpo e livre de alérgenos, como poeira, ácaros e mofo, por meio de aspiração regular e uso de produtos neutros.
Por fim, o controle de pulgas e carrapatos é essencial, pois esses parasitas podem desencadear ou agravar quadros de dermatite, segundo o Centro de Apoio Tecnológico Agropecuário.
