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Aprenda a cuidar corretamente do peixe kinguio em aquários domésticos

Espécie é comum em aquários domésticos, mas frequentemente tem as necessidades de saúde subestimadas

Um manejo inadequado pode comprometer a saúde e a longevidade do animal, que pode viver até 20 anos em boas condições

Coloridos, tranquilos e sociáveis, os kinguios, também chamados de goldfish, estão entre os peixes ornamentais mais populares no Brasil. Eles são comuns em aquários domésticos, mas as necessidades deles são frequentemente subestimadas. Um manejo inadequado pode comprometer a saúde e a longevidade do animal, que pode viver até 20 anos em boas condições.

Originários da China, os kinguios pertencem à família dos ciprinídeos e não devem ser mantidos em pequenos potes ou aquários sem filtragem.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em nota técnica, “animais aquáticos também requerem cuidados com qualidade de vida, nutrição adequada e ambiente compatível com sua espécie”.

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Aquário adequado é essencial para o bem-estar

Ao contrário do que muitos acreditam, kinguios precisam de espaço para nadar livremente. O ideal é manter um volume mínimo de 40 litros por peixe.

Como são animais que produzem grande quantidade de resíduos, um bom sistema de filtragem é importante. A temperatura da água deve ficar entre 18 °C e 24 °C, e o pH entre 6,5 e 7,5.

A manutenção periódica do aquário é igualmente importante. A troca parcial da água, feita semanalmente, ajuda a manter os parâmetros químicos estáveis e reduz o risco de doenças.

A pesquisadora Isabela Gelli, da Embrapa Meio Ambiente, reforça: “a qualidade da água deve ser monitorada com regularidade para garantir a saúde dos peixes”, conforme publicação da instituição.

Além disso, o kinguio é um peixe pacífico e pode ser mantido em grupos, desde que haja espaço suficiente. No entanto, não é recomendável misturá-los com espécies muito ativas ou agressivas, pois pode haver estresse e prejuízo à saúde.

Alimentação e cuidados diários fazem diferença

A dieta dos kinguios deve ser balanceada, com rações específicas para peixes ornamentais de água fria.

Alimentação em excesso, além de turvar a água, podem provocar doenças digestivas. O ideal é oferecer pequenas porções duas vezes ao dia, e retirar os resíduos não consumidos depois de alguns minutos.

Principais cuidados com kinguios:

  • Aquário com no mínimo 40 litros por peixe;
  • Filtro biológico eficiente e manutenção semanal da água;
  • Temperatura estável entre 18 °C e 24 °C;
  • pH da água entre 6,5 e 7,5;
  • Alimentação com ração específica e controle de porções;
  • Convívio apenas com peixes de comportamento compatível;
  • Monitoramento de sinais de doenças, como manchas, natação irregular ou apatia.

O Ministério do Meio Ambiente ressalta, em suas diretrizes sobre criação responsável, que “é obrigação do tutor garantir condições de vida adequadas aos animais sob sua guarda, independentemente da espécie”.

Isso inclui os peixes ornamentais, cuja popularidade não elimina a necessidade de cuidados técnicos.

Vale lembrar que kinguios são peixes sensíveis a variações ambientais e estresse. Portanto, antes de adquiri-los, os tutores devem se informar corretamente e planejar o ambiente.

A adoção consciente contribui não apenas para a beleza do aquário, mas principalmente para o bem-estar dos animais.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.