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Gatos com FeLV podem viver juntos? Entenda os riscos e cuidados

A convivência entre gatos com e sem FeLV não é recomendada mas é possível proporcionar uma vida plena e confortável para os felinos infectados

O contato social, como o compartilhamento de tigelas e lambeduras mútuas, representa um risco significativo de transmissão

A leucemia felina (FeLV) é uma das doenças virais mais graves que afetam os gatos domésticos. Causada por um retrovírus, essa enfermidade compromete o sistema imunológico dos felinos e os tornam mais suscetíveis a infecções, anemias e até mesmo certos tipos de câncer.

Diante de um diagnóstico positivo, muitos tutores se perguntam: é possível que um gato com FeLV conviva com outros gatos? A resposta exige atenção cuidadosa, pois envolve riscos significativos de transmissão. Afinal, a FeLV é altamente contagiosa entre gatos e é transmitida principalmente por meio da saliva.

Comportamentos comuns, como o compartilhamento de tigelas de comida e água, lambeduras mútuas e o uso da mesma caixa de areia, podem facilitar a disseminação do vírus.

Além disso, brigas que resultam em mordidas e arranhões também são formas de contágio, sem falar da transmissão vertical, da mãe para os filhotes durante a gestação ou amamentação.

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Convivência entre gatos

O Cornell Feline Health Center reforça essa orientação ao afirmar que “gatos infectados podem viver com outros gatos infectados, mas devem ser mantidos separados de gatos não infectados para evitar a transmissão”.

De acordo com a American Association of Feline Practitioners (AAFP), gatos infectados com FeLV devem ser mantidos em ambientes internos e separados de gatos não infectados para evitar a propagação do vírus.

A convivência entre gatos infectados pelo vírus da leucemia felina (FeLV) é possível, desde que sejam tomadas precauções específicas.

De acordo com as diretrizes da AAFP, “gatos FeLV positivos podem viver juntos, desde que todos os gatos no ambiente sejam positivos para FeLV e que o risco de novas infecções seja minimizado”.

A recomendação busca evitar a disseminação do vírus entre animais saudáveis, uma vez que a principal forma de transmissão ocorre por meio do contato direto e prolongado entre os felinos.

Por isso, especialistas destacam a importância de chegar ao diagnóstico correto antes de permitir a convivência. Isso é o que garantirá o bem-estar dos animais e evitará a propagação silenciosa da doença.

A Royal Canin também enfatiza que a principal forma de contaminação é via saliva, ocorrendo principalmente em gatos que possuem contato próximo.

Portanto, o contato social, como o compartilhamento de tigelas e lambeduras mútuas, representa um risco significativo de transmissão.

Cuidados essenciais para gatos com FeLV

Para garantir a saúde e o bem-estar de gatos infectados com FeLV, é fundamental adotar algumas medidas:

  • Ambiente controlado: mantenha o gato em ambientes internos para reduzir o risco de exposição a agentes infecciosos e evitar o contato com gatos não infectados;
  • Acompanhamento veterinário regular: leve o gato em consultas periódicas para monitorar a saúde do animal e detectar precocemente possíveis complicações;
  • Alimentação equilibrada: ofereça uma dieta nutritiva e balanceada para fortalecer o sistema imunológico do felino;
  • Enriquecimento ambiental: ofereça brinquedos, arranhadores e locais de descanso confortáveis para reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida do gato.
Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.