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Tremores em cães: o que pode estar por trás desse sinal e quando se preocupar

Nem sempre representa algo grave, mas tremores podem indicar desde reações inofensivas até doenças neurológicas e infecciosas

Dias frios, ansiedade, excitação ou medo são causas frequentes, assim como estresse e ansiedade e ocorrem principalmente entre raças pequenas ou de pelagem curta

É comum que tutores se assustem ao notar seus cães tremendo, principalmente quando não há motivo aparente e o comportamento surge de forma repentina.

Nem sempre representa algo grave, mas o tremor pode indicar desde reações inofensivas até doenças neurológicas e infecciosas.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), “a tremedeira em cães pode ter causas fisiológicas ou patológicas. Ela pode ocorrer como forma de regulação da temperatura corporal, mas também como sintoma de doenças”.

Dias frios, ansiedade, excitação ou medo são causas frequentes, assim como estresse e ansiedade e ocorrem principalmente entre raças pequenas ou de pelagem curta.

Estresse e ansiedade também podem gerar tremores, como quando há barulhos altos perto dos cães, mudanças de ambiente e separação dos tutores.

Há também causas mais complexas e que, de acordo com o CFMV, exigem observação veterinária:

  • Dor ou lesões musculoesqueléticas: fraturas, hérnias ou displasia coxofemoral exigem investigação;
  • Intoxicação: produtos de limpeza, plantas e alimentos como chocolate e xilitol estão entre os mais perigosos;
  • Hipoglicemia: também comum em cães de pequeno porte, pode causar fraqueza e tremores;
  • Cinomose: doença viral grave que provoca mioclonia (espasmos involuntários).

A veterinária Aline Ambrogi Franco Prado explica que, diante da dor, “os tremores podem ser uma resposta ao desconforto. Problemas na coluna, fraturas e traumas são causas e precisam de avaliação para que seja indicada analgesia adequada”.

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Cinomose e outras doenças exigem atenção imediata

Quando o tremor está associado a sintomas como apatia, febre, secreções ou dificuldade motora, a situação é mais grave. A cinomose, por exemplo, pode causar espasmos musculares contínuos e comprometer o sistema nervoso do cão.

De acordo com o Ministério da Agricultura, a cinomose “é altamente contagiosa e afeta cães principalmente jovens e não vacinados. O vírus atinge o trato respiratório, gastrointestinal e sistema nervoso central”.

A melhor forma de prevenção continua sendo a imunização. Como destaca o Instituto Butantan, “a vacinação múltipla (V8 ou V10) é essencial para a proteção dos filhotes e deve ser reforçada anualmente”.

Quando procurar ajuda veterinária?

Alguns sinais exigem atenção profissional imediata, como tremores persistentes ou localizados; tremores acompanhados de vômitos, diarreia ou convulsões; mudanças de comportamento ou apatia e histórico de ingestão de substância tóxica.

Caso haja dúvidas, o ideal é buscar orientação veterinária. O tutor deve observar o contexto em que os tremores ocorrem e comunicar ao profissional todos os sintomas associados.

Antes disso, não é recomendável automedicar o animal. Como alerta o CFMV, “a automedicação pode agravar o quadro clínico do animal e atrasar o diagnóstico correto. Todo tratamento deve ser prescrito por um profissional habilitado”.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.