A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) anunciou a adoção de medidas de ajuste orçamentário para enfrentar o risco de déficit financeiro de aproximadamente R$ 10 milhões até o fim de 2025. Segundo comunicado da Reitoria, apesar da exclusão das universidades federais do decreto que limitava os repasses mensais a 1/18 do orçamento anual, a situação financeira da instituição ainda demanda atenção e contenção de despesas.
Entre as principais ações previstas está o redimensionamento de contratos e convênios. A partir do fim de junho, haverá desligamento de trabalhadores terceirizados nos setores de limpeza, recepção e comunicação. A UFOP afirma que não interfere na escolha dos funcionários desligados, responsabilidade das empresas contratadas. Em contrapartida, a universidade diz manter diálogo com instituições locais para viabilizar novas oportunidades de emprego para esses trabalhadores.
Também foram implementadas mudanças na política de viagens, com a retirada da previsão de bagagem despachada nos voos contratados, o que deve representar uma economia de 5% no valor das passagens aéreas. O transporte institucional passará a seguir critérios mais rígidos, com a suspensão da liberação automática de veículos. A intenção é promover o uso compartilhado sempre que possível, visando à redução de custos.
A oferta de Bolsas de Desenvolvimento Institucional (BDIs) foi reduzida em cerca de 50%. A partir de julho, todas as bolsas passarão a ser de 15 horas semanais, com valor mensal de R$ 400. A estimativa é que a medida represente uma economia anual de R$ 1 milhão.
A gestão estuda, ainda, instituir ressarcimento por parte de órgãos públicos que recebem serviços prestados pela UFOP, como já ocorre com instituições privadas. Atualmente, não há contrapartida financeira nesses casos.
A Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (Proplad) solicitou às demais pró-reitorias sugestões para ampliar as medidas de racionalização. A comunidade acadêmica também será convidada a participar da discussão.
Em relação a investimentos, a Reitoria esclareceu que os orçamentos destinados à construção do campus de Ipatinga e do futuro Hospital Universitário são separados dos recursos usados para manutenção da UFOP. A gestão atual informou que a execução da Biblioteca Central decorre de decisão tomada na administração anterior.