Com o objetivo de denunciar os ataques contra a população em Gaza, cobrar o fim das ações militares de Israel e mobilizar a sociedade civil, uma manifestação será realizada no município de Ouro Preto no próximo domingo, dia 5.
O ato terá concentração no Largo do Cinema, com caminhada até a Praça Tiradentes, e busca dar visibilidade local a uma pauta internacional de direitos humanos.
A organização do ato em Ouro Preto está a cargo de Kate Bandeira, gastróloga, produtora cultural e ativista das causas ambientais e culturais alimentares; Pablo Garuffi, estudante de Artes Cênicas da UFOP, militante da União da Juventude Comunista (PCB) e do Movimento por Uma Universidade Popular; e Gabriel Magalhães, servidor público, militante da Unidade Popular pelo Socialismo (UP) e ativista pelos direitos humanos.
Kate Bandeira explica o objetivo da mobilização:
“Como Ouro Preto é uma cidade mundialmente conhecida e patrimônio da Unesco com um histórico também similar de genocídio, de escravidão, de colonialismo e etc., seria importante também a cidade ter esse movimento para visibilidade e mobilização. Vários brasileiros e outras pessoas que estavam na missão da flotilha para chegar até Gaza, pelo oceano, foram sequestrados pelos militares de Israel. A ideia, porque Ouro Preto é uma cidade estudantil e acadêmica, é que essas pessoas também ajam, ao invés de só ficarem atrás das telas dos celulares”, disse.
Giovanna Vial, jornalista e ativista brasileira baseada em Beirute, no Líbano, participou da Global Sumud Flotilla também falou a Itatiaia sobre a importância de trazer visibilidade à situação da população em Gaza:
“Meu nome é Giovanna Vial, eu sou brasileira, jornalista, advogada e ativista. Atualmente estou baseada em Beirute, de onde cubro as agressões israelenses não só ao território ocupado da Palestina, mas também a territórios libaneses, sírios e iranianos. Até o último sábado participei da Global Sumud Flotilla, um movimento civil e humanitário que busca quebrar o cerco de Israel ao enclave de Gaza e levar ajuda humanitária. Como jornalista, assisti, nos últimos dois anos, colegas de profissão serem assassinados e feitos de alvo pelo Estado de Israel. Muitas pessoas questionaram minha decisão de me juntar como jornalista e ativista nessa flotilha por achar que jornalistas não podem ser ativistas, que precisamos ser neutros e imparciais. Mas não existe imparcialidade, não existe neutralidade em um mundo como este.”
O ato integra um movimento nacional que ocorre no mesmo dia, incluindo manifestações em São Paulo, em frente ao MASP.
A mobilização em Ouro Preto ocorre em meio à repercussão internacional causada pela interceptação da flotilha, que transportava ajuda humanitária para Gaza, com detenção de ativistas brasileiros e estrangeiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e o ativista Thiago Ávila.
A manifestação em Ouro Preto está marcada para iniciar a partir das 11h.