A Escola de Minas, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), completa neste fim de semana 149 anos de atividades. Criada em 1876 pelo cientista francês Claude Henri Gorceix, a instituição foi a primeira do país voltada à formação em mineração, metalurgia e geologia.
O início da Escola de Minas foi resultado de discussões realizadas após a independência do Brasil, em 1822, sobre a criação de instituições voltadas ao desenvolvimento econômico e científico. A proposta ganhou força durante o Segundo Reinado, quando o imperador Dom Pedro II, interessado no potencial mineral do país, convidou o cientista Auguste Daubrée, diretor da Escola de Minas de Paris, para realizar estudos sobre o tema. Impedido de aceitar o convite, Daubrée indicou Gorceix para a missão.
Gorceix percorreu o território brasileiro, avaliou regiões com potencial de exploração mineral e propôs a fundação de uma escola voltada ao ensino técnico. Ouro Preto foi escolhida para sediar o projeto. A instituição começou a funcionar em 1876, inicialmente em um conjunto de três edificações na Rua das Mercês, no centro histórico da cidade.
A Escola adotou um modelo de ensino voltado à prática e à pesquisa científica, inédito no país. O método incluía aulas laboratoriais, anotações obrigatórias e atividades de campo. Em 1878, foi criado um curso preparatório para candidatos, entre eles Santos Dumont e Carlos Chagas, que chegaram a frequentar as aulas introdutórias.
Com o passar das décadas, a instituição consolidou-se como referência nacional. O curso de Engenharia Civil, criado em 1891, é um dos mais antigos do país. Hoje, a Escola de Minas oferece nove cursos de Engenharia e o de Arquitetura e Urbanismo.
Na avaliação mais recente do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), de 2023, os cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo alcançaram nota máxima. A Escola funciona desde 1995 no campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto, e integra a estrutura da Universidade Federal de Ouro Preto.
As comemorações dos 149 anos incluem o lançamento de um livro sobre a história da instituição, com destaque para a primeira sede, retratada em pintura encomendada por Dom Pedro II e localizada no número 77 da Rua das Mercês.