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5 motivos para não dar suco para bebês

Nutriação explica motivos

5 motivos para não dar sucos para bebês

Muitos pais acreditam que oferecer suco é uma forma saudável de hidratar seus filhos, mas na verdade, existem muitas razões pelas quais o suco não é recomendado para bebês no primeiro ano de vida. O suco de fruta não apresenta benefícios nutricionais quando comparado a frutas in natura para bebês e crianças e não tem papel essencial na alimentação das crianças.

Então hoje, vou apresentar cinco razões pelas quais os pais devem evitar dar suco aos seus filhos pequenos.

1º motivo. Elevado teor de açúcar

O suco é rico em açúcar naturalmente presente nas frutas, porém de forma concentrada pois é necessário utilizar uma quantidade maior que uma porção da fruta para se obter 1 copo de 200 mL, o que acaba sendo um alimento mais calórico que a fruta in natura. Além disso, muitos sucos comercializados são adoçados artificialmente, o que aumenta ainda mais o teor de açúcar.

Motivo 2. Baixo teor de fibras

Embora os sucos contenham vitaminas e minerais, eles têm muito menos fibras do que as frutas inteiras. Isso ocorre porque as fibras presentes nas frutas são perdidas durante o processo de preparação e no momento de coar o suco.

Motivo 3. Dificuldade na introdução alimentar

Ao oferecer sucos, os pais podem fazer com que o bebê se acostume com um sabor doce e não aprenda a apreciar o sabor natural das frutas. Isso pode tornar a introdução de frutas in natura na dieta do bebê mais difícil no futuro.

Motivo 4. Pode levar a uma dieta desequilibrada nutricionalmente

O suco de fruta apresenta grande quantidade de água e carboidratos (frutose, glicose, sacarose, sorbitol) e baixa quantidade de proteínas e minerais. O consumo exagerado pode acabar contribuindo para uma saciedade precoce, fazendo com que o bebê consuma menor quantidade de alimentos fontes de proteínas e minerais. Além disso, o consumo excessivo de suco está associado com diarréia, flatulência, distensão abdominal e cárie dentária.

Motivo 5. Pode interferir na amamentação

O consumo excessivo de suco pode interferir na amamentação, pois o bebê pode ficar satisfeito com o suco e não querer mamar, que é fonte importante de nutrientes. A introdução de suco nos primeiros seis meses de vida pode promover a redução do consumo de leite materno e, consequentemente, redução de consumo de proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais. Além disso, a prática de aleitamento materno favorece a aceitação da introdução alimentar, uma vez que a transmissão de sabores através do leite materno contribui para a exposição repetida e portanto, desenvolvendo melhor tolerância a novos alimentos.

Em resumo, o suco pode ser tentador de oferecer ao bebê, mas é importante lembrar que as frutas in natura são sempre a melhor opção. Elas fornecem mais nutrientes e fibras do que o suco e ajudam a ensinar o bebê a apreciar o sabor natural das frutas além de estimular a mastigação.

A recomendação atual da Sociedade Brasileira de Pediatria é:

  1. O suco não deve ser introduzido na dieta dos lactentes antes dos 12 meses de idade, a menos que clinicamente indicado.

  2. A ingesta de suco deve ser limitada, de acordo com a idade:

  • Entre 1 a 3 anos: até 120ml por dia

  • 4 a 6 anos: até 175ml por dia

  • 7 a 18 anos: no máximo 240ml

Se você tiver dúvidas sobre a nutrição do seu bebê, converse com um nutricionista ou pediatra.

De João Monsores, graduando em Nutrição pela UFOP, membro do GENMUCA, para a Rádio Itatiaia Ouro Preto.

Referencia:

GODOY, Gabriela Menegaz de; TAKAHASHI, Renata Terumi; OLIVEIRA, Marcia Regina Cubas de. Cuidados paliativos e a atenção domiciliar: o desafio de humanizar o cuidado em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 9, p. 2997-3006, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/5JPzvqLxVX6qvPtQYFywFzc/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 04 mai. 2023.

Matheus Renovato, natural de Belo Horizonte, é repórter multimídia da Itatiaia Ouro Preto, onde está desde 2023. Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto, possui experiência prévia na Rádio UFOP. Seu interesse profissional concentra-se especialmente nas áreas de jornalismo político, cultural e esportivo.