Em Minas Gerais, mineradoras concorrentes se uniram para realizar simulados de segurança em Congonhas, uma das principais cidades mineradoras do Estado. Empresas como Vale, Gerdau e CSN participam da iniciativa. Segundo as mineradoras, a intenção é otimizar os treinamentos, aumentar os níveis de segurança e evitar os desgaste com a sociedade. O consultor de Projetos da Agência de Desenvolvimento Econômico (Adesiap) de Congonhas, Guilherme Ferrari, destaca a importância da iniciativa
Consultor de Projetos da Agência de Desenvolvimento Econômico de Congonhas (Adesiap), Guilherme Ferrari
“O futuro é a integração. O Plano Municipal de Segurança de Barragem em Congonhas é uma atividade pioneira, é o primeiro no Brasil que reuniu três grandes empresas, três mineradoras concorrentes entre si, que sentaram na mesma mesa para discutir segurança da população. As estruturas, a segurança delas, são tratam internamente, tem seus centros de monitoramento, monitoramento 24 horas, mas a questão é a percepção da população em relação à segurança. Isso precisava melhorar, as pessoas precisam se sentir mais seguras. O trabalho realizado em conjunto transmite essa mensagem. Além da escuta ativa, que é fundamental, temos a resposta ativa”, conta Guilherme Ferrari.
O Vice-presidente executivo técnico da Vale, Rafael Bittar, ressaltou a importância da união entre as empresas. “Em questão de segurança não deve haver concorrência. Segurança, tecnologia, inovação, tem que ser compartilhada. A indústria está muito mais unida, compartilhando o conhecimento e compartilhando cases de sucesso. Essa questão do plano de atendimento à emergência é uma questão que vai trazer uma série de benefícios para a comunidade. Esse tipo de simulado gera um estresse na comunidade. Se você puder evitar de gerar vários estresses diferentes e fazer algo bem planejado, integrado, tem muito benefício”, afirma.
Vice-presidente executivo da Vale, Rafael Bittar
O diretor executivo de investimento da CSN Mineração, Otto Levy, diz que quando o assunto é segurança não pode existir concorrência. “Embora a Gerdau e a Vale sejam concorrentes no mercado, na questão de segurança, nós somos empresas irmãs. Então, estamos pensando de maneira conjunta, junto com a Prefeitura de Congonhas, em melhores formas de orientar a população sobre a questão de segurança e sobre o risco ainda existente das barragens que estão sendo descaracterizadas”, revela Otto Levy.
Diretor executivo de investimentos da CSN, Otto Levy
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), mesmo não sendo do setor minerador, também vai participar de ações integradas com mineradoras em cidades em que possui barragens de água. As informações foram antecipadas à Itatiaia pelo Engenheiro de Planejamento Energético da companhia, Diogo Carneiro.
Engenheiro de Planejamento Energético da CEMIG, Diogo Carneiro
“É muito importante, principalmente em relação às pessoas. Apesar da Cemig possuir uma barragem diferente do que o setor mineral têm normalmente, estamos convivendo com problemas em uma escala bem maior. No evento, destacamos o caso de Três Marias, que compartilha uma zona de auto salvamento na cidade de São Gonçalo de Abaeté. Neste ano, um simulado integrado de evacuação da população vai ter início, independente do risco. Desde 2019, a população já convive com esse tipo de preparação, capitaneado pela Nexa, mas agora será um simulado integrado. Então, independente de quem for dono do problema, é importante que a população saiba como agir, saiba qual sirene vai tocar, qual a mensagem e qual o ponto seguro”, detalha Carneiro.