O setor industrial tem grande papel na economia de Minas Gerais: responde por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e gera 51% de todos os impostos recolhidos no território mineiro. A relevância do segmento foi destacada pelo presidente da Federação das Indústrias de Minas (Fiemg), Flávio Roscoe.
“É o setor que mais investe em pesquisa e tecnologia, além de ser o que paga os melhores salários. Não dá para imaginar o que seria do mundo sem os celulares, que são feitos com produtos da indústria. Diversos outros produtos vêm desse segmento, como o carro em que você anda ou o alimento que você come. E mesmo aquilo que não é industrializado, que veio do campo, também tem indústria nele. Porque o setor está nas máquinas que colhem, na tecnologia da semente, que foi geneticamente alterada. Também está no fertilizante, no adubo e no corretivo do solo. Então, a indústria está presente em todos os momentos da nossa vida. E a sociedade tem que entender isso”, detalha Roscoe.
Presidente da Federação das Indústrias de Minas (Fiemg), Flávio Roscoe
Para o presidente da Fiemg, a iniciativa da Itatiaia tem potencial de ampliar a compreensão da sociedade e levar reflexões para o poder público. “Ter um veículo como a Itatiaia tratando esse assunto de maneira séria e aprofundada pode, depois, levar conclusões para os nossos governantes. Vejo isso como uma oportunidade única e acredito que todo o setor produtivo vai se engajar nisso. E espero que toda a sociedade também”, retoma.
Roscoe também destacou a relação direta entre os investimentos industriais e a qualidade de vida da população. “Se a educação vai bem, os funcionários estarão melhor treinados, qualificados, serão melhores e até produzirão mais. Se a infraestrutura está boa, a indústria também vai ganhar, porque as estradas estarão em boas condições e o custo de logística será menor. Se a segurança é boa, os trabalhadores sofrem menos e a empresa tem menos gastos com seguro, vigilância, portaria etc. Se a saúde da região vai bem, os funcionários faltam menos e o custo de um eventual plano de saúde pode ser menor. Tudo isso mostra que o investimento industrial está casado com o interesse da sociedade. A indústria defende a sociedade e contribui para que ela seja mais próspera e justa”, explica Roscoe.
Flávio Roscoe ressalta que Minas Gerais precisa ganhar mais visibilidade no cenário econômico nacional. “Nós somos o segundo maior estado em população e temos a segunda maior indústria do Brasil, então nosso estado tem muita relevância no cenário nacional. Mas ainda é tímido, com aquela mentalidade do mineiro de falar pouco e ouvir mais. Temos que quebrar isso: é do mineiro botar a cara, mostrar para que veio. Enfim, é um traço da nossa cultura que, às vezes, nos prejudica. E é a hora de a gente, efetivamente, estar mais presente em todo o debate nacional, afirma.