Durante o ano de 2026, o Itatiaia Eloos terá o comércio, os serviços e o turismo como um dos temas de destaque. O setor que reúne os três segmentos impulsiona o desenvolvimento econômico de Minas. Em 2024, 80% dos postos de trabalho abertos em micro e pequenas empresas do estado foram desse setor. 70% do PIB (Produto Interno Bruto) de Belo Horizonte vem do comércio e dos serviços. Marcelo de Souza e Silva, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL-BH) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas), considera importante a união de esforços porque algumas regiões do Estado precisam de mais atenção.
“A gente precisa ter um diálogo produtivo, que seja útil e ajude a população a entender todas as nossas cadeias produtivas: sua importância, como geram impostos para Minas Gerais e como isso retorna em empregos e na melhoria da renda dos mineiros. Por isso é fundamental parabenizar a Rádio Itatiaia por esse projeto”, conta Souza e Silva.
O presidente da CDL e do Sebrae destaca a importância do debate para ampliar o conhecimento sobre os projetos de desenvolvimento econômico e o papel do Estado nesse processo. “Minas Gerais precisa desenvolver algumas regiões com mais intensidade. Precisamos levar esse desenvolvimento com qualidade, com novas tecnologias, para que possamos explorar de maneira positiva o nosso estado. Essa discussão, esses encontros, as visões diferenciadas e o debate sadio e positivo, com respeito às opiniões, são fundamentais, pontua.
Marcelo de Souza e Silva afirma ainda que é fundamental, para o equilíbrio das atividades econômicas, diversificar a oferta de produtos, estabelecimentos e serviços para a população.
“Temos o chamado encadeamento produtivo, que é trabalhar oportunidades diferenciadas: no turismo, na cultura, no comércio, nos serviços. É identificar o potencial de cada região e oferecer opções. Também é preciso fortalecer o comércio com qualidade, preparando e capacitando os empreendedores. Hoje, muitos empreendem por necessidade; precisamos transformar isso em oportunidade, para que os negócios sejam duradouros e estruturados. As próprias grandes empresas dependem de micro e pequenos empresários que fornecem produtos e serviços, e por isso precisamos apoiar esse ciclo. As prefeituras, por exemplo, devem capacitar seus servidores, e o Sebrae faz esse trabalho muito bem em parceria com elas, preparando o setor público para receber e estimular essas novas atividades que podem ter sucesso no município”, explica.
Souza e Silva ainda chama a atenção para a necessidade de o poder público colaborar no desenvolvimento das empresas. “Quem sabe dos problemas é quem está trabalhando lá na ponta. Às vezes, o poder público está dentro de um gabinete, no escritório, tomando conhecimento. Mas hoje existem ferramentas de comunicação e de entendimento que facilitam esse trabalho. No entanto, quem está na ponta sabe a dor que sente. Então o poder público tem que escutar mais, buscando soluções em conjunto.
Hoje temos federações, associações e vários organismos, até do terceiro setor, que ajudam muito nessa conversa e auxiliam o poder público a tomar decisões mais favoráveis. Uma decisão simples, como mudar o sentido de uma rua, pode matar o comércio de todo um quarteirão. Se for uma rua de saída, ninguém vai lá comprar; se for de chegada, as pessoas, no horário em que chegam, compram. Por isso o poder público tem que conversar”, detalha.