A transição energética global depende diretamente dos chamados minerais críticos e estratégicos, como lítio, cobre, níquel e terras raras. Esses insumos são fundamentais para turbinas eólicas, painéis solares, baterias e veículos elétricos. No Brasil, que sediará a COP30, o setor mineral ganha centralidade por unir diversidade geológica e matriz energética limpa, condições que podem posicionar o país como referência em mineração sustentável.
Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a demanda por minerais deve crescer de forma acelerada nos próximos anos. Estimativas indicam que, entre 2024 e 2034, o uso de minerais na matriz elétrica brasileira aumentará 54%. Globalmente, centenas de bilhões de dólares precisarão ser investidos até 2040 apenas para assegurar o fornecimento desses recursos, essenciais para viabilizar as metas climáticas e sustentar a transição energética.
A proposta defendida no Green Paper 2025 do IBRAM é que o país avance rumo à industrialização verde, agregando valor e se inserindo de forma soberana nas cadeias globais, com rastreabilidade e respeito a critérios socioambientais.
A Amazônia, apontada como região estratégica, concentra reservas de bauxita, manganês, cobre, ouro e terras raras. O documento alerta, porém, para a necessidade de adotar mecanismos rígidos de rastreabilidade, integrando a mineração a planos de desenvolvimento sustentável e prevenindo a entrada de minerais ilegais no mercado formal. De acordo com o IBRAM, Isso poderia transformar o Brasil em referência internacional de mineração responsável.
O setor mineral, além de fornecer insumos para energias limpas, também é chamado a contribuir com a adaptação climática. A proposta é que a atividade invista em infraestrutura resiliente, ações regenerativas, logística descarbonizada e engajamento comunitário. Com esses caminhos, o Brasil apresenta caminhos para assumir protagonismo na transição energética global, como fornecedor de insumos e como formulador de políticas e práticas sustentáveis para o futuro.