A Ucrânia acusou a Rússia de contratar crianças e adolescentes ucranianos para realizar ataques e sabotagens contra o próprio país. Um desses adolescentes, de 17 anos, foi contratado por 2 mil dólares para plantar uma bomba em uma van usada pelo serviço de recrutamento militar da Ucrânia, conforme revelou a BBC.
O jovem, que não teve a identidade revelada, contou à rede britânica que recebeu ordens para transmitir a cena ao vivo por telefone para o recrutador, para que o dispositivo pudesse ser detonado remotamente quando alguém entrasse no veículo.
O que o rapaz não esperava era que o serviço de inteligência ucraniano estivesse monitorando a situação e acabou frustrando o ataque. Agora, o jovem aguarda julgamento e pode pegar até 12 anos de prisão.
Nos últimos dois anos, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), 800 ucranianos foram identificados como sabotadores recrutados pela Rússia, sendo 240 deles menores de idade.
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O vice-chefe da Polícia Nacional da Ucrânia, Andriy Nebytov, afirmou que existe uma estratégia para identificar pessoas vulneráveis à manipulação. “As crianças nem sempre compreendem totalmente as consequências de seus atos. O inimigo não tem vergonha de usar menores para fabricar explosivos com produtos químicos domésticos, plantando-os em vários locais, como escritórios de recrutamento do exército ou delegacias de polícia”, disse à BBC.
O recrutamento ocorre sobretudo no Telegram, mas também é feito no TikTok e plataformas de jogos eletrônicos. O dinheiro é o principal atrativo.
Esse recrutamento não é feito somente a jovens ucranianos. Vários governos europeus afirmaram ter provas que agentes russos recrutam jovens para cometer atos de vandalismo, incêndio criminoso ou vigilância nos países. Seis homens chegaram a ser presos no Reino Unido por participação em um ataque incendiário a um armazém de Londres que ajudava a Ucrânia, sob ordens russas.
A Rússia não comentou as acusações.