Seis menores morrem em bombardeio do Exército na Colômbia, diz Defensoria do Povo

Operação militar ordenada pelo presidente Gustavo Petro deixou 19 mortos em acampamento de dissidentes das Farc

Seis menores morrem em bombardeio do Exército contra guerrilha na Colômbia

A Defensoria do Povo da Colômbia denunciou neste sábado (15) a morte de seis menores recrutados por guerrilheiros em um bombardeio realizado pelo governo do presidente Gustavo Petro. A operação ocorreu em uma região amazônica, no sul do país.

O ataque faz parte da ofensiva militar intensificada por Petro em meio a críticas pré-eleitorais e pressões dos Estados Unidos para que o governo combata o narcotráfico. Na última semana, as ações deixaram 28 mortos.

Os menores morreram em um bombardeio contra um acampamento das dissidências da extinta guerrilha Farc, no departamento de Guaviare. O anúncio do bombardeiro foi feito na terça-feira (11). Essa foi a maior operação desse tipo no governo Petro, com 19 mortos.

A defensora do povo, Iris Marín, lamentou a morte dos menores e afirmou que eles foram recrutados por falta de proteção. Ela disse que “a guerra em seu desdobramento doloroso e desumano” afeta os mais vulneráveis e confirmou o número de seis jovens mortos, sem dar suas idades.

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Marín responsabilizou a guerrilha comandada por Iván Mordisco, considerado o homem mais procurado da Colômbia. Mesmo assim, ela destacou que as Forças Armadas devem adotar todas as precauções possíveis para proteger crianças, seguindo normas internacionais que exigem cautela para evitar danos desproporcionais.

Também na terça-feira, o Exército afirmou que resgatou três menores que estavam sob controle da guerrilha. Meios de comunicação locais já haviam apontado a possibilidade de mortes de jovens nas operações.

O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, disse que “quem se envolve nas hostilidades perde toda proteção”, declaração criticada pela oposição. “O que mata não é a idade, é a arma em si”, afirmou.

Petro iniciou uma caçada com recompensas milionárias para capturar Iván Mordisco, a quem compara ao narcotraficante Pablo Escobar. Mordisco lidera a estrutura dissidente das Farc conhecida como Estado-Maior Central (EMC), formada por cerca de 3.200 combatentes que rejeitaram o acordo de paz de 2016.

Os Estados Unidos recentemente retiraram da Colômbia o status de país aliado no combate aos narcóticos. Com as eleições presidenciais de 2026 próximas, Petro enfrenta críticas da oposição, que o acusa de ser tolerante com grupos armados após sua tentativa fracassada de negociar o fim do conflito.

Com agências
(Sob supervisão de Rayllan Oliveira)

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Izabella Gomes é estudante de Jornalismo na PUC Minas e estagiária na Itatiaia. Atua como repórter no jornalismo digital, com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo.

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