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Rússia e Ucrânia dão início a uma nova rodada de negociações em Istambul

Encontro é parte da uma terceira rodada de negociações diretas entre chefes das delegações; apesar disso, Kremlin classificou um possível acordo de paz como “muito complicado”

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Representantes da Rússia e da Ucrânia iniciaram, na noite desta quarta-feira (23), uma terceira rodada de negociações diretas em Istambul para um possível diálogo de paz. No entanto, a parte russa já afastou a possibilidade de avanços diplomáticos para encerrar a guerra iniciada em fevereiro de 2022.

Esta terceira rodada de conversações diretas acontece sob a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, na semana passada, deu a Moscou um prazo de 50 dias para alcançar um acordo com Kiev, sob ameaça de sanções rigorosas.

Segundo uma fonte da equipe negociadora russa, os chefes das delegações russa e ucraniana, Vladimir Medinsky e Rustem Umerov, realizaram uma reunião anterior, “cara a cara”, apesar do lado ucraniano afirmar que a reunião era “tripartite”, já que contava com a presença do ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan.

As negociações com a participação completa de ambas as delegações começaram logo depois. Apesar do encontro, o Kremlin já havia reduzido as expectativas.

“Ninguém espera um caminho fácil. Será uma discussão muito complicada”, declarou à imprensa o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, reiterando que as propostas das partes para encerrar o conflito são “diametralmente opostas”, declarou.

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As negociações anteriores em Istambul, em maio e junho, resultaram apenas em acordos para a troca de prisioneiros e os corpos de soldados mortos. Por outro lado, uma fonte dentro da delegação enviada por Kiev afirmou à AFP esperar uma “posição construtiva” por parte da Rússia e que desista de “seus ultimatos”.

A Rússia exige os quatro oblasts (regiões administrativas) ucranianos, parcialmente ocupados, que reivindica ter anexado em setembro de 2022: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia. Também exige que Kiev desista do projeto de adesão à Otan.

A Ucrânia descarta negociar concessões territoriais antes de estabelecer uma trégua e insiste que nunca reconhecerá as reivindicações russas sobre seu território ocupado, incluindo a península da Crimeia, que Moscou anexou em 2014.

Kiev e seus aliados ocidentais acusam o Kremlin de bloquear as negociações ao manter exigências maximalistas, enquanto o exército russo prossegue com os bombardeios e ataques na frente de batalha, onde continua avançando.

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo