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Roubo no Louvre: veja quais joias foram levadas pelos criminosos

Invasão teve como alvo a Galeria Apollo, que abriga a coleção real de pedras preciosas e os Diamantes da Coroa; o roubo é investigado pelas autoridades francesas

Com proprietários ilustres, as joias roubadas atravessaram dois séculos de história

A coleção real de pedras preciosas e os diamantes da Coroa foi alvo de um assalto nesse domingo (19), quando o Museu do Louvre, em Paris, na França, foi invadido. Os criminosos levaram oito objetos considerados de “valor inestimável”. De acordo com o Ministério da Cultura da França, o roubo é investigado pela Brigada para a Repressão ao Banditismo (BRB), sob a autoridade do Ministério Público de Paris.

A pasta também divulgou a lista com todas as joias que foram subtraídas do museu. A coleção estava na Galeria Apollo. Além das oito joias que foram roubadas, os criminosos também tentaram levar a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, mas a peça foi deixada para trás.

Nesta segunda-feira (20), o museu permaneceu fechado. A previsão é que ele abra novamente apenas na quarta-feira (22). O assalto ocorreu em plena luz do dia, quando o Louvre já estava aberto. Segundo autoridades francesas, quatro pessoas participaram da ação, que durou ao menos 7 minutos.

Séculos de história

Com proprietários ilustres, as joias roubadas atravessaram dois séculos de história. Entre as peças subtraídas está uma tiara usada “quase todos os dias” pela imperatriz Eugênia. A joia foi feita pelo famoso joalheiro Alexandre-Gabriel Lemonnier pouco depois do casamento da imperatriz com Napoleão III, em 1853, assim como sua coroa, também roubada.

“Esta tiara é a que ela usava quase todos os dias na corte e que aparece em seus retratos oficiais. Tinha muito carinho por ela”, explica Pierre Branda, historiador e diretor científico da Fundação Napoleão, à AFP.

Já o colar e os brincos de safira foram usados pela rainha Maria Amélia. Ela era esposa de Luis Felipe I, rei da França de 1830 a 1848. As peças também foram propriedades da mãe de Napoleão III, a rainha Hortênsia.

O historiador especializado em joalheria, Vincent Meylan, detalhou que a rainha Hortênsia herdou este conjunto de sua mãe, a imperatriz Josefina, primeira esposa de Napoleão I. Alguns especialistas afirmam também que poderia proceder da rainha Maria Antonieta.

“Realmente faz parte da história da França”, insiste Meylan.

Já o colar e o brinco de esmeralda foram um presente de casamento de Napoleão I a sua segunda esposa, a imperatriz Maria Luisa, feitos por seu joalheiro oficial, François-Régnault Nitot.

Joias consideradas “obras de arte”

Realizadas por grandes joalheiros da época, como Nitot, Lemonnier ou Paul-Alfred Bapst, as joias se destacam pelos detalhes. A peças combinam diamantes, pérolas e pedras preciosas em combinações espetaculares.

“São obras artísticas excepcionais”, opina Didier Rykner, diretor da redação do site La Tribune de l’Art.

Conhecido como “relicário” da imperatriz Eugênia, o broche foi montado em 1855 por Bapst. A peça é composta por 94 diamantes, entre os quais se destaca uma roseta de sete diamantes ao redor de um solitário central, com dois diamantes em forma de coração legados pelo cardeal Mazarin a Luis XIV.

Risco de desmonte

Especialistas alertam ainda sobre o risco de desmonte das obras históricas, uma vez que elas não podem ser vendidas no estado atual. Retiradas das joias, as pedras e pérolas podem ser reutilizadas para fabricar outras peças.

“Se estas joias não foram recuperadas muito em breve, com certeza desaparecerão”, insiste Meylan.

"É aí que o tesouro se torna inestimável. Corremos o risco de perder fragmentos da história da França”, concordou Pierre Branda.

Roubo cinematográfico

Por volta das 09h30 (04h30 no horário de Brasília) desse domingo, os assaltantes estacionaram um guindaste sob uma das varandas do Louvre. Dois deles subiram nele e, com uma motosserra, entraram na Galeria de Apolo por meio de uma janela.

A galeria foi encomendada por Luís XIV para comemorar sua glória como ‘Rei Sol’. A sala abriga a coleção de joias “da Coroa”, que tem quase 800 peças.

De acordo com o ministro do Interior, Laurent Nuñez, o assalto foi obra de ladrões “experientes” e possivelmente “estrangeiros”. Toda a ação criminosa durou 7 minutos.

*Com AFP

(Sob supervisão Lucas Borges)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas