Pelo segundo dia consecutivo, o espaço aéreo próximo à costa da Venezuela foi palco de um incidente grave que por pouco não resultou em uma tragédia aérea. No último sábado (16), pilotos de um jato executivo Falcon 900EX, que cumpria a rota de Aruba para Miami, relataram uma quase colisão com um avião-tanque de reabastecimento da Força Aérea dos Estados Unidos. A informação, confirmada pela análise de transmissões de rádio pela CNN Brasil, acende um alerta sobre a segurança operacional na região.
De acordo com áudios capturados pela plataforma LiveATC.net, o encontro perigoso ocorreu a aproximadamente 26.000 pés de altitude, sob a jurisdição dos controladores de tráfego aéreo de Curaçao. Em tom de urgência, um dos pilotos descreveu a proximidade excessiva entre as aeronaves: “Eles estavam muito perto. Estávamos subindo direto para cima dele”, relatou o tripulante não identificado, acrescentando que o avião militar era de grande porte, assemelhando-se a um Boeing 777 ou 767.
Este evento não foi um caso isolado. Apenas 24 horas antes, na sexta-feira, o voo 1112 da JetBlue — que partia de Curaçao rumo ao Aeroporto JFK, em Nova York — enfrentou uma situação análoga. Na ocasião, a tripulação foi forçada a interromper abruptamente a sua trajetória de subida após um avião-tanque norte-americano cruzar diretamente a sua rota. O Pentágono e o Comando Sul dos Estados Unidos confirmaram estar cientes dos relatos e afirmaram que uma revisão interna das operações militares no Caribe já está em curso.
Cenário de risco e suspensão de voos
A instabilidade no setor aéreo da região já vinha sendo monitorada. No mês passado, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA emitiu um alerta formal às companhias aéreas sobre o aumento expressivo da atividade militar em todas as altitudes nas proximidades da Venezuela. O comunicado alertava que tais operações representam riscos potenciais tanto para voos em cruzeiro quanto para fases críticas de decolagem e pouso.
Como consequência direta dessa insegurança e das “condições operacionais” instáveis, o setor comercial começou a reagir. A Copa Airlines, por exemplo, anunciou a prorrogação da suspensão de seus voos para Caracas até o dia 15 de janeiro. Enquanto isso, o Conselho de Segurança Holandês acompanha de perto as investigações, dado que os incidentes ocorreram no espaço aéreo de Curaçao, território integrante do Reino dos Países Baixos, situado a apenas 64 quilômetros da costa venezuelana.
Com informações de CNN Brasil