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O relatório mostra que a rota internacional do tráfico tem alimentado o avanço acelerado das facções criminosas na Amazônia Legal, que registrou 8.047 mortes violentas intencionais em 2024, taxa de 27,3 por 100 mil habitantes, 31% acima da média nacional.
O Amapá foi o estado mais violento da região, com 45,1 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Os números consideram o Amapá como o mais violento do país.
O estudo mostrou ainda que o Maranhão foi o único da Amazônia Legal a registrar aumento nas taxas de homicídio entre 2023 e 2024, índice de 11,5%. O salto ocorre em meio a uma disputa entre o Bonde dos 40, o
Municípios
Entre as cidades pequenas, um dos casos mais críticos é Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso. Com localização estratégica próxima à Bolívia, um dos maiores produtores mundiais de cocaína, o município viu o número de assassinatos saltar de 12 em 2022 para 42 em 2024, um aumento de 250%.
O avanço, conforme o estudo, está associado ao domínio do Comando Vermelho (CV). Parte da Terra Indígena Sararé também fica na região e enfrenta crescimento explosivo do garimpo ilegal, hoje controlado pela facção.
“A situação em Sararé é muito impressionante. O Comando Vermelho passou a controlar toda a cadeia de extração de minério. O garimpeiro paga taxa à facção para explorar o território. A lógica de controle armado do Rio de Janeiro está sendo reproduzida na Amazônia”, aponta Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP.
Outra cidade em alerta no estado é Sorriso, que registrou 72 homicídios violentos em 2024. Conhecida como a “capital nacional do agronegócio”, por liderar a produção mundial de soja, Sorriso figura há dois anos entre as cidades brasileiras com maiores taxas de estupro de vulnerável.
O Mato Grosso, que possui fronteira extensa com a Bolívia, tornou-se epicentro das disputas recentes entre o Comando Vermelho e a Tropa do Castelar, dissidência do próprio CV aliada ao PCC.