Presença do CV na Amazônia é 217% maior que a do PCC, revela estudo

Comando Vermelho atua em 286 municípios, mais que o triplo da influência direta do PCC; região abriga ao menos 17 facções

Estudo mostra que são 17 facções criminosas ativas na Amazônia legal

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em evento realizado no espaço oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), identificou 17 facções criminosas ativas na Amazônia Legal, que inclui o Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

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Segundo o documento, o crime organizado cresceu e chegou a 45% dos municípios que compõem a Amazônia Legal.

Das 772 cidades, as organizações criminosas estão presentes em 344 delas, o que representa um aumento de 32% em relação a 2024, quando estavam em 260 municípios.

Facções criminosas ativas na Amazônia Legal

Nacionais:

  • Comando Vermelho (CV)
  • Primeiro Comando da Capital (PCC)
  • Amigos do Estado (ADE)
  • Bonde dos 40 (B40)
  • Primeiro Comando do Maranhão (PCM)
  • Família Terror do Amapá (FTA)
  • União Criminosa do Amapá (UCA)
  • Comando Classe A (CCA)
  • Bonde dos 13 (B13)
  • Bonde dos 777 (dissidência do CV)
  • Tropa do Castelar
  • Piratas do Solimões
  • Bonde do Maluco (BDM)
  • Guardiões do Estado (GDE)

Estrangeiras:

  • Tren de Aragua — Venezuela
  • Estado Maior Central (EMC) — Colômbia

Os dois grupos com maior influência são CV e PCC. O levantamento mostra que o Comando Vermelho está presente em 286 cidades, dominando 202 e disputando outras 84. Já o PCC atua em 90 municípios, sendo hegemônico em 31 e disputando 59.

Com isso, o CV tem 217% mais influência territorial do que o PCC, ou seja, atua em 2,17 vezes mais cidades na Amazônia.

O CV concentra sua força nas rotas fluviais do eixo do rio Solimões, conectado à produção de drogas no Peru e a cartéis colombianos. O escoamento se dá por portos como Manaus, Santarém, Barcarena, Belém e Macapá, usando embarcações, lanchas rápidas e até submersíveis.

Já o PCC investe em rotas aéreas clandestinas, incluindo pistas em garimpos ilegais e áreas de conservação, além da rota oceânica via Suriname, conectando Pará e Amapá a mercados internacionais.

Com informações de Agência Brasil

Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.

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