Os medicamentos conhecidos como GLP-1, eficazes no
Comercializados sob os nomes
Nesta segunda-feira, a OMS divulgou suas primeiras diretrizes sobre o uso desses medicamentos para tratar a obesidade crônica em adultos. Segundo a organização, mais de 3,7 milhões de pessoas morreram em 2024 devido a
“A obesidade é um dos grandes desafios da saúde mundial”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacando que as novas diretrizes reconhecem a obesidade como uma doença crônica que pode ser tratada.“Embora os medicamentos por si só não resolvam esta crise de saúde global, os tratamentos com GLP-1 podem ajudar milhões de pessoas a superar a obesidade e reduzir os danos associados.”
Não é “solução mágica”
As diretrizes recomendam o uso dos GLP-1 em adultos, exceto mulheres grávidas, para o tratamento de longo prazo da obesidade. A OMS ressalta, no entanto, que ainda são necessários mais estudos sobre a segurança e eficácia dos medicamentos a longo prazo.
A agência enfatiza que a medicação não será capaz de reverter sozinha a epidemia de obesidade, uma condição associada a doenças não transmissíveis como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e alguns tipos de câncer. A recomendação é combinar a terapia medicamentosa com dieta balanceada, atividade física e políticas públicas que promovam ambientes mais saudáveis.
“Não se pode considerar estes medicamentos como uma solução mágica”, afirmou Jeremy Farrar, subdiretor-geral da OMS responsável por promoção de saúde, prevenção de doenças e cuidados. “Mas está claro que eles vão se tornar uma parte muito importante de uma abordagem integrada contra a obesidade.”
Mudar a trajetória da obesidade
Francesca Celletti, assessora principal da OMS para a obesidade, disse à AFP que os GLP-1 podem ajudar a modificar a trajetória epidemiológica da doença. A OMS alerta que o custo econômico mundial da obesidade pode alcançar até US$ 3 trilhões (R$ 16 trilhões) por ano até o final desta década.
“Se não conseguirmos mudar a curva, a pressão sobre os sistemas de saúde será insustentável”, alertou Farrar. No entanto, os altos preços desses medicamentos levantam preocupação sobre o acesso nos países mais pobres, onde poderiam salvar mais vidas. Pacientes com diabetes, grupo para o qual os GLP-1 foram originalmente desenvolvidos, também enfrentaram escassez do produto.
Em setembro, a OMS incluiu os GLP-1 em sua lista de medicamentos essenciais, pedindo a produção de versões genéricas acessíveis para países em desenvolvimento, com o objetivo de ampliar o acesso global.
* Informações com AFP