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Guerra no Sudão: crianças estão ‘reduzidas a pele e ossos’, diz ONU

Enquanto famílias sofrem com a fome, mercados estão quase vazios e a maioria das cozinhas comunitárias fechadas

Conflito no Sudão envolve militares que eram aliados. Comandantes dos exércitos rivais já foram parceiros

A Organização das Nações Unidas (ONU) comentou sobre a situação da fome causada pela guerra no Sudão, nessa terça-feira (5). Segundo a entidade, as crianças estão “reduzidas a pele e osso”, e milhares de famílias correm o risco de morrer de fome em uma cidade cercada do oeste do país.

Por causa do conflito, os preços dos produtos básicos dispararam em Darfur, última capital do Sudão ainda controlada pelo Exército. Segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o sorgo e o trigo estão até 460% mais caros que em outras regiões do país. Além disso, segundo informações da AFP, os mercados estão quase vazios e a maioria das cozinhas comunitárias fechadas.

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Guerra no Sudão já dura dois anos

O conflito no Sudão começou em abril de 2023. O país vive um conflito entre o Exército do General Abdel Fatah al Burhan e as Forças de Apoio Rápido (FAR). O comandante da FAR já foi “braço direito” do general. A guerra já causou centenas de mortos e milhões de deslocados e refugiados.

No estado de Cartum, “a desnutrição está causando estragos e muitas crianças não são mais que pele e ossos”, declarou Sheldon Yett, representante do Unicef no Sudão. A ONU complementa dizendo que cerca de 25 milhões de pessoas sofrem com insegurança alimentar extrema, atravessando “a pior crise humana” atual no mundo.

Em Al-Fashir, capital do município de Darfur do Norte, milhares de pessoas estão em perigo de fome, segundo o PMA. Nessa cidade, “todos lutam diariamente para sobreviver”, disse Eric Perdison, diretor regional do programa para a África Oriental e Meridional.

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.