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Governo Trump revoga visto do presidente da Colômbia por ações ‘incendiárias’

Gustavo Petro participou de uma manifestação em prol da Palestina e pediu para que soldados americanos desobedecessem Trump

Petro respondeu o governo Trump e disse que é um cidadão livre

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, terá seu visto dos Estados Unidos revogado pelo governo de Donald Trump. O Departamento de Estado, o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, informou na noite dessa sexta-feira (26), que Petro foi flagrado nas ruas de Nova York “incitando violência” e classificou as ações como “incendiárias”.

“Mais cedo hoje, o presidente colombiano Gustavo Petro esteve em uma rua de Nova York e pediu aos soldados americanos que desobedecessem ordens e incitassem a violência. Revogaremos o visto de Petro devido às suas ações imprudentes e incendiárias”, disse o governo republicano.

Petro participou de uma manifestação pró-Palestina na frente da sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, ele pediu para que os soldados americanos desobedecessem as ordens de Trump, e sugeriu a criação de uma força global para “libertar os palestinos”.

“É por isso que, daqui de Nova York, peço a todos os soldados do exército dos Estados Unidos que não apontem suas armas para o povo. Desobedeçam às ordens de Trump. Obedeçam às ordens da humanidade”, disse Petro.

Em suas redes sociais, o presidente colombiano disse que a revogação do visto americano não importa, uma vez que possui o ESTA (Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem), que permite cidadãos de países participantes do programa de isenção de vistos visitarem os Estados Unidos para negócios por até 90 dias.

“Não sou apenas um cidadão colombiano, mas também um cidadão europeu, e realmente me considero uma pessoa livre no mundo. A humanidade deve ser livre em todo o mundo. Temos o direito humano de viver neste planeta”, disse Petro.

Guerra em Gaza foi destaque na ONU

O principal tema abordado pela Assembleia Geral da ONU, durante a última semana, foi a guerra em Gaza. Além de Petro, uma série de outros líderes mundiais acusaram Israel de cometer genocídio e reconheceram de maneira oficial o Estado da Palestina.

Em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que reconhecer a Palestina como um estado é o mesmo que dar um prêmio à Al Qaeda pelos ataques do 11 de setembro. “Então, aqui vai mais uma mensagem para esses líderes ocidentais. Israel não permitirá que vocês nos enfiem um Estado terrorista goela abaixo”, disse, em discurso na ONU.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.