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Faixa de Gaza: antes da visita de vice a Israel, Trump ameaça ‘erradicar’ Hamas

Presidente americano cobra cumprimento de acordo de cessar-fogo e envia vice à região para reforçar negociações

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que “erradicará” o grupo Hamas caso o movimento islamista não cumpra o acordo de cessar-fogo firmado com Israel. A declaração foi feita na véspera da visita de seu vice-presidente, JD Vance, a Jerusalém, nesta terça-feira (21).

O governo americano tenta consolidar a trégua após novos confrontos e atrasos na entrega dos corpos de reféns por parte do Hamas. “Eles sabem o que combinamos. Se não se comportarem, iremos lá e os erradicaremos”, disse Trump na segunda-feira.

Entregas de reféns e tensões na trégua

Apesar da escalada da violência no fim de semana, Israel e Hamas afirmam manter o compromisso com o cessar-fogo. O governo israelense confirmou a entrega dos restos mortais do suboficial Tal Haimi, um dos reféns mortos.

Até o momento, o Hamas devolveu 13 dos 28 corpos previstos no acordo, que previa a entrega até 13 de outubro. Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu cobrou o cumprimento integral do pacto.

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“Não vamos ceder neste ponto. Não pouparemos esforços até que todos os reféns mortos sejam devolvidos”, afirmou o texto.

O Hamas respondeu que precisa de mais tempo e apoio técnico para localizar os corpos sob os escombros deixados pelos ataques.

JD Vance desembarca no país para reforçar as negociações

Após a passagem de Jared Kushner e Steve Witkoff por Israel, o vice-presidente JD Vance desembarca no país para reforçar as negociações. Ele deve discutir com Netanyahu “os desafios de segurança e as oportunidades diplomáticas” no Oriente Médio.

Israel lança ataques em Gaza e suspende entrada de ajuda humanitária

O plano de trégua prevê a troca de reféns por prisioneiros palestinos e propõe novos arranjos para o futuro de Gaza. No entanto, o acordo enfrenta dificuldades desde o início.

No domingo, Israel lançou dezenas de bombardeios contra o Hamas após a morte de dois soldados no sul da Faixa de Gaza. Segundo a Defesa Civil local, pelo menos 45 pessoas morreram.

Netanyahu acusou o grupo palestino de violar a trégua, o que o Hamas nega.

Reações e novos ataques

O emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, condenou nesta terça-feira “todas as violações israelenses” na Palestina.

Trump afirmou que não pretende enviar tropas americanas à região, mas destacou que “Israel agiria em dois minutos” se ele pedisse.

Segundo autoridades de Gaza, quatro pessoas morreram na segunda-feira atingidas por disparos israelenses na Cidade de Gaza. O Exército de Israel disse que reagiu contra militantes que cruzaram a linha de trégua.

De acordo com o plano de Trump, as tropas israelenses recuaram para a chamada “linha amarela”, que garante o controle de metade do território de Gaza e de suas fronteiras, mas não das principais cidades.

Situação em Gaza

O Exército israelense afirmou que, após os bombardeios, voltou a cumprir o cessar-fogo, mas avisou que responderá “com firmeza” a qualquer violação. O Hamas, por sua vez, acusa Israel de criar “pretextos” para retomar a guerra.

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas que matou 1.221 pessoas em Israel, em sua maioria civis. Em resposta, a ofensiva israelense deixou mais de 68 mil mortos em Gaza, também majoritariamente civis, segundo o Ministério da Saúde do território — números considerados confiáveis pela ONU.

Com agências
(Sob supervisão de Lucas Borges)

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Izabella Gomes é estudante de Jornalismo na PUC Minas e estagiária na Itatiaia. Atua como repórter no jornalismo digital, com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo.