A Justiça dos Estados Unidos negou o pedido de liberdade condicional de Erik Menendez, condenado em 1996 por assassinar os próprios pais. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (21) pelo Departamento de Serviços de Correções e Reabilitação da Califórnia.
Durante a audiência, realizada em San Diego, Erik revelou novos detalhes sobre sua infância e os motivos que o levaram a cometer o crime. Seu irmão, Lyle Menendez, será ouvido nesta sexta-feira (22).
Condenação pelo assassinato dos pais
Erik e Lyle foram condenados à prisão perpétua pelo assassinato de José e Kitty Menendez, em 1989, na mansão da família em Beverly Hills. O caso ficou conhecido mundialmente como o “Irmãos Menendez”.
Segundo a agência Associated Press, a audiência foi marcada após uma decisão judicial que reduziu as penas dos irmãos de prisão perpétua sem possibilidade de redução para 50 anos de reclusão, com possibilidade de condicional.
Depoimento de Erik Menendez
No depoimento, Erik afirmou que não teve uma base moral durante a infância:
“Não fui criado com valores éticos. Fui ensinado a mentir, trapacear e roubar. Quando jogava tênis, meu pai se certificava de que eu trapaceasse em certos momentos. A ideia de certo e errado nunca me foi incutida na adolescência.”
Ele também voltou a relatar que sofreu abuso sexual do pai: “Eu fantasiava sobre meu pai não estar mais vivo.”
Por que matou os pais
Questionado pelos promotores sobre por que escolheu matar o pai em vez de simplesmente deixar a casa, Erik respondeu:
“Na minha cabeça, ir embora significava a morte. Eu estava totalmente convencido de que não havia lugar para onde eu pudesse ir.” Sobre o assassinato da mãe, afirmou que não via diferença entre os pais após descobrir que ela tinha conhecimento dos abusos:
“Foi o momento mais devastador da minha vida. Mudou tudo para mim. Eu a estava protegendo por não contar a ela.”