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Com ultimato dos EUA, Rússia intensifica ataques e mata 25 na Ucrânia

Os bombardeios ocorreram um dia após o presidente americano dar “10 ou 12 dias”, em vez de 50, para Putin encerrar sua invasão à Ucrânia

Após o novo ultimato de Donald Trump a Vladimir Putin, a Rússia atacou novamente a Ucrânia nesta terça-feira (29), com bombardeios que deixaram pelo menos 25 mortos, incluindo uma mulher grávida e cerca de 15 prisioneiros.

O presidente dos Estados Unidos havia, na segunda-feira (28), diminuído o prazo em “10 ou 12 dias”, ao invés de 50, para a Rússia encerrar sua invasão ao território ucrâniano, sob ameaça de sanções. O ataque ocorreu no dia seguinte.

A Força Aérea Ucraniana Força Aérea Ucraniana informou que a Rússia lançou dois mísseis e 37 drones, dos quais 32 foram interceptados. Segundo o chefe da administração regional, Ivan Fiodorov, na região de Zaporizhzhia, no sul do país, a Rússia lançou um total de oito ataques aéreos, atingindo uma penitenciária; 16 pessoas morreram e 43 ficaram feridas.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, descreveu como “deliberado e intencional” o ataque russo. Ele garantiu que “os russos não podiam ignorar que estavam atacando civis no local”. Segundo autoridades, além dos mortos, mais de 70 pessoas também ficaram feridas nos bombardeios.

Por meio de seu porta-voz Dmitri Peskov, o Kremlin negou que “alvos civis” estivessem sendo atacados, garantindo que o Exército russo só ataca “infraestruturas militares ou relacionadas ao Exército”.

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Segundo a AFP, o Ministério da Justiça da Ucrânia divulgou imagens que mostram destroços e tijolos espalhados ao redor de um prédio da penitenciária de Bilenkivska, na região de Zaporizhzhia, cujas janelas ficaram em ruínas.

O Ministério acrescentou que não há risco de fuga dos detentos, pois o perímetro da instalação não foi danificado. Os jornalistas da AFP no local constataram edifícios em ruínas, tijolos espalhados pelo chão e em quartos com tetos destruídos.

Resposta russa

Apesar dos novos ataques, o Kremlin garantiu nesta terça-feira (29) que mantém o “compromisso com um processo de paz”, afirmando também que “tomou nota” do ultimato de Trump.

Peskov afirmou, no entanto, que a Rússia pretende continuar “preservando seus interesses”. Moscou exige que Kiev ceda quatro regiões, além da Crimeia, anexada em 2014, e desista de aderir à Otan.

As últimas negociações diretas entre russos e ucranianos em Istambul, Turquia, na semana passada, duraram menos de uma hora e, como em ocasiões anteriores, só foram concluídas com um acordo para a troca de prisioneiros e corpos de soldados mortos.

O Kremlin também lamentou a “desaceleração” na normalização das relações entre Washington e Moscou, embora tenha manifestado interesse em uma melhor “dinâmica” nesse processo.

Com informações da AFP

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo