As duas casas legislativas do Congresso dos Estados Unidos votaram a favor, nesta terça-feira (18), de forma arrasadora, do projeto de lei para tornar públicos os arquivos sobre o caso do
Jeffrey Epstein era um
Os senadores aprovaram pela tarde a Lei de Transparência dos Arquivos Epstein em uma votação unânime, depois que o texto havia passado mais cedo pela Câmara dos Representantes.
A lei obriga o Departamento de Justiça a publicar documentos não confidenciais da investigação sobre o financista e sua morte na prisão.
Os congressistas afirmam que o público merece respostas neste caso com mais de 1.000 supostas vítimas.
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Após semanas de resistência, pressão nos bastidores e um lobby frenético contra a divulgação do material, Trump desistiu no domingo.
Agora, o texto deve ser promulgado pelo presidente, que prometeu não vetar a norma.
O Departamento de Justiça tem ampla autoridade para reter qualquer informação se sua divulgação “colocar em risco uma investigação federal em andamento”, e Trump ordenou aos funcionários, em uma intervenção muito criticada na semana passada, que investigassem os vínculos de Epstein com democratas de destaque.
Fissuras
O caso revelou fissuras no apoio ao líder republicano, que se candidatou com a promessa de publicar os arquivos, mas voltou atrás após assumir o cargo em janeiro.
Mas, em uma reviravolta surpreendente, Trump disse no domingo que os republicanos da Câmara “deveriam votar a favor da divulgação”, quando ficou claro que uma centena de seus legisladores estavam dispostos a desafiá-lo.
Alguns críticos acusavam o presidente de querer impedir a votação para ocultar elementos que o envolveriam no caso, o que ele nega.
Os democratas, na oposição e em minoria no Congresso, agora exigem que todo o dossiê seja publicado, após a divulgação de e-mails de Epstein que mencionam Trump.
Nestes documentos, que vieram à tona na última quinta-feira, o criminoso sexual sugeria que o mandatário “sabia sobre as garotas” e passou horas com uma das vítimas em sua casa.
Mas o presidente, que não enfrenta nenhuma investigação judicial por este caso, insistiu na sexta-feira em que não sabia de nada a respeito e contra-atacou exigindo uma investigação sobre a relação entre Epstein e algumas personalidades democratas, incluindo o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001).
Larry Summers, ex-secretario do Tesouro de Clinton e ex-reitor de Harvard, anunciou na segunda-feira que estava saindo da vida pública depois que alguns dos e-mails revelaram una comunicação próxima com Epstein.
Epstein e Trump eram próximos na década de 1980, quando ambos eram empresários importantes em Nova York, mas romperam relações no início dos anos 2000.
Não haverá veto
Quando morreu, Epstein enfrentava um julgamento federal por uma suposta operação de tráfico sexual para exploração de meninas e jovens mulheres, após uma condenação em 2008 por solicitação de prostituição.
O FBI e o Departamento de Justiça disseram em julho que realizaram uma “revisão abrangente” do arquivo do caso que não revelou “nenhuma base para revisar a divulgação” de qualquer material.
“Estou completamente de acordo”, disse Trump no Salão Oval na segunda-feira, quando os jornalistas questionaram se ele assinaria o texto para transformá-lo em lei caso fosse aprovado pelo Senado.
Essa mudança de opinião do presidente é vista com desconfiança pelas vítimas de Epstein.
“Não consigo evitar ser cética sobre quais são suas intenções”, afirmou Haley Robson, recrutada aos 16 anos para fazer massagens no ex-financista. “Estou traumatizada, mas não sou burra”, acrescentou em uma coletiva de imprensa realizada antes da votação.
A congressista Marjorie Taylor Greene, do movimento de extrema direita MAGA, a quem Trump retirou seu apoio no sábado, disse nessa coletiva que a ruptura com o presidente “se deve aos arquivos de Epstein”.
Com informações de AFP