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Países europeus pedem explicações após Exército de Israel ter feito disparos contra diplomatas: ‘inaceitável’

Incidente ocorreu em meio a crescentes pressões internacionais contra a nova ofensiva de Israel na Faixa de Gaza

O Exército de Israel fez “disparos de advertência” contra um grupo de diplomatas de diversos países

Em meio a crescentes pressões internacionais contra a nova ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, França, Itália e Espanha convocaram embaixadores e representantes do país para prestarem explicações após os disparos do Exército israelense contra diplomatas da China, Japão, França, Países Baixos, Espanha e Romênia em viagem oficial na Cisjordânia nesta quarta-feira (21).

Os militares afirmam ter feito “tiros de advertência” após a delegação se desviar de uma rota pré-aprovada e lamentaram pelo “inconveniente”.

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“A delegação desviou-se da rota aprovada e entrou em uma área onde não estava autorizada a entrar”, e “soldados que operavam na área dispararam tiros de advertência”, afirmou um comunicado, acrescentando que o exército “lamenta o inconveniente causado”.

Reações

“Qualquer ameaça à vida de diplomatas é inaceitável”, reagiu imediatamente, em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.

Alemanha, Bélgica, Irlanda e Egito condenaram os disparos, enquanto Itália, França e Portugal anunciaram que convocariam os respectivos embaixadores de Israel. A Espanha também informou que convocaria o encarregado de negócios da embaixada israelense em Madri, na ausência de um embaixador na capital espanhola, e a Turquia pediu uma “investigação” imediata.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, chegou a classificar os disparos como “inaceitáveis”. O embaixador israelense foi convocado para dar uma “explicação” sobre o ataque contra os diplomatas.

Por fim, o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, convocou o embaixador de Israel para exigir “explicações oficiais” sobre o incidente. “Acabo de dar instruções para convocar o embaixador de Israel em Roma com a finalidade de obter explicações oficiais sobre o que ocorreu em Jenin”, escreveu no X, após ter denunciado anteriormente ameaças “inaceitáveis”.

A Autoridade Palestina denunciou “o crime abominável cometido pelas forças de ocupação israelenses”.

(Com AFP)

Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.