Ouvindo...

Conheça o cardeal maltês Mario Grech, que pode ser eleito papa

O ex-bispo de Gozo, segunda maior ilha do pequeno arquipélago mediterrâneo de Malta, compartilha visões parecidas com as defendidas durante o pontificado de Francisco

O Cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, enquanto participa da missa de encerramento da 16ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, na Basílica de São Pedro, em 29 de outubro de 2023, no Vaticano

Mario Grech, de 68 anos, é um dos cardeais favoritos para substituir o Papa Francisco. O nome é uma opção forte entre os que desejam uma ‘continuidade do pontificado de Francisco’. O cardeal é também ex-bispo de Gozo, a segunda maior ilha do pequeno arquipélago mediterrâneo de Malta. Desde a ordenação, Grech ascendeu rapidamente até chefiar o secretariado do Vaticano, responsável por administrar os sínodos.

Natural de Qala, em Malta, o cardeal concluiu sua educação primária e secundária no Victoria Lyceum, em Gozo, antes de estudar filosofia e teologia no seminário diocesano de Gozo. Grich recebeu sua ordenação em 26 de maio de 1984. Logo em seguida, cursou o ensino superior em Roma, quando recebeu o diploma de licenciatura em Direito Civil e Canônico pela Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino.

Leia também

Quando voltou para o país natal, Grech cumpriu funções pastorais e ocupou diferentes cargos diocesanos, como o de Vigário Judicial e professor de Direito Canônico. Ele foi nomeado Bispo de Gozo em 26 de novembro de 2005, pelo Papa Bento XVI. Grech desempenhou a função até 2019, quando o Papa Francisco o escolheu para ser Secretário Geral do Sínodo dos Bispos.

Como bispo de Gozo, o cardeal desempenhou um papel importante durante o sínodo sobre o futuro da Igreja convocado por Francisco. Na assembleia, Grech exerceu a função de secretário-geral. O sínodo deliberou sobre questões emblemáticas como o lugar das mulheres e dos divorciados que voltariam a se casar.

Na ocasião, o cardeal foi uma espécie de equilibrista. Com certa diplomacia, seguiu o desejo do papa argentino de criar uma Igreja aberta e vigilante, ao passo em que também reconheceu as preocupações conservadoras.

Em novembro de 2020, o maltês foi elevado ao posto de cardeal. Falante de maltês, inglês e italiano, Grech tem opiniões contrastantes em relação ao apoio a união entre pessoas de mesmo sexo e divorcio. No entanto, alguns vaticanistas avaliam as mudanças como uma demonstração da capacidade do cardeal de se transformar e adaptar.

Durante parte de seu período como Bispo de Gozo, Grech era conhecido por sua posição conservadora. No entanto, posteriormente, o cardeal apoiou Francisco em declarações favoráveis às uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.

Apesar das controvérsias, o Grech foi um confidente leal e confiável do Papa Francisco, com quem compartilha uma visão muito semelhante para o futuro da Igreja, segundo vaticanistas.

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas