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A escolha leva em consideração aspectos espirituais, políticos e geográficos. Confira os nomes mais cotados para suceder o Papa Francisco, segundo especialistas vaticanistas:
Pietro Parolin (Itália)
Atual secretário de Estado do Vaticano, é considerado o “número dois” da Santa Sé. Nomeado cardeal por Francisco em 2013, é um diplomata experiente, fluente em quatro idiomas e com forte atuação internacional. Já representou o Vaticano em negociações delicadas, como com China e Oriente Médio.
Matteo Zuppi (Itália)
Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é conhecido por sua postura progressista, diálogo com a comunidade LGBTQIA+ e ações humanitárias. Foi enviado por Francisco para mediar questões ligadas à guerra na Ucrânia e é apontado como um nome próximo ao estilo do Papa falecido.
Pierbattista Pizzaballa (Itália)
Patriarca Latino de Jerusalém, é uma das principais vozes da Igreja no Oriente Médio. Trabalha pela paz entre religiões e já defendeu publicamente os direitos dos palestinos. Tem trajetória marcada pelo diálogo inter-religioso e atuação em zonas de conflito.
Jean-Marc Aveline (França)
Arcebispo de Marselha e um dos mais próximos de Francisco na França. Tem forte atuação em temas como migração e diversidade cultural. Foi nomeado cardeal em 2022 e é lembrado pelo perfil conciliador e comprometido com uma Igreja acolhedora.
Péter Erdő (Hungria)
Arcebispo de Esztergom-Budapeste, é visto como representante da ala conservadora da Igreja. Teólogo respeitado, mantém diálogo com igrejas ortodoxas e comunidades judaicas. É influente na Europa Central e defensor da chamada “nova evangelização”.
José Tolentino de Mendonça (Portugal)
Atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, o português é poeta, teólogo e integrante da ala progressista da Igreja. Foi arquivista e bibliotecário do Vaticano e é apontado como um intelectual refinado, com forte identificação com o pensamento de Francisco.
Mario Grech (Malta)
Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, tem papel importante na escuta e consulta de temas cruciais da Igreja, como inclusão e modernização. Seu nome cresce entre os que desejam uma continuidade do pontificado de Francisco.
Luis Antonio Tagle (Filipinas)
Cardeal-arcebispo de Manila, é conhecido por seu carisma, proximidade com os pobres e atuação global. Ex-presidente da Caritas Internacional, é um dos nomes mais populares do continente asiático. Apesar de não ter sido nomeado por Francisco, é um dos seus favoritos declarados.
Robert Francis Prevost (EUA)
Prefeito do Dicastério para os Bispos desde 2023, é americano de origem e serviu no Peru. Frei agostiniano, tem experiência na formação de lideranças e atua na nomeação de bispos em todo o mundo.
Wilton Gregory (EUA)
Arcebispo de Washington D.C. e primeiro cardeal afro-americano da história. Engajado em causas sociais e raciais, é uma das vozes mais progressistas do episcopado norte-americano. Também se destacou pela atuação contra abusos na Igreja.
Blase Cupich (EUA)
Arcebispo de Chicago, tem perfil pastoral e inclusivo. Foi nomeado cardeal por Francisco em 2016 e defende uma Igreja mais próxima dos marginalizados, além de mudanças em temas polêmicos.
Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo)
Cardeal de Kinshasa, é uma das principais lideranças católicas na África. Defensor da justiça social e dos direitos humanos, vem ganhando projeção por sua atuação firme em contextos de instabilidade política.
Leonardo Ulrich Steiner (Brasil)
Primeiro cardeal da Amazônia brasileira, foi nomeado por Francisco em 2022. É defensor das causas ambientais e dos povos originários, além de ser visto como símbolo do cuidado com a floresta e da ecologia integral proposta pelo Papa Francisco.
Sérgio da Rocha (Brasil)
Arcebispo de Salvador e membro do Conselho de Cardeais, é considerado um nome influente dentro do Vaticano. Teólogo moral e pastor experiente, já passou por diversas regiões do país e tem voz ativa nas decisões internas da Igreja.
A escolha do próximo papa deve ocorrer nas semanas seguintes à morte de Francisco, durante o conclave. O eleito precisa conquistar dois terços dos votos dos cardeais presentes.
* Marina Dias