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EUA: Pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas não afetará o Brasil, que continua sendo taxado em 10%

A nova decisão de Trump só valerá para países com taxas acima de 10%, que entraram em vigor na madrugada desta quarta-feira

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado uma pausa de 90 dias na aplicação de tarifas recíprocas, as taxações contra produtos do Brasil não serão afetadas e ainda serão aplicadas tarifas de importação de 10% sobre o mercado brasileiro. A informação foi confirmada pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, nesta quarta-feira (9), pouco após o anúncio feito por Trump.

Em suma, a situação do Brasil segue inalterada com a decisão de pausar por 90 dias algumas das tarifas recíprocas, com exceção da China, país cujos produtos serão taxados em 125%, ante o percentual de 104% que estava valendo até então.

A nova decisão de Trump só valerá para países com taxas acima de 10%, que entraram em vigor na madrugada desta quarta-feira. Com isso, são afetados, por exemplo, países da União Europeia, que tinham taxação-base de 20%. Tarifas de países com taxas abaixo deste nível estavam em vigor desde o último sábado (5).

Tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira que reduzirá, por 90 dias, as tarifas recíprocas para o restante do mundo para 10%, mas informou que imporá tarifas de 125% sobre os produtos chineses.

A medida é uma retaliação a Pequim, que anunciou mais cedo nesta quarta que ampliaria as tarifas para produtos norte-americanos para 84% ante a taxação de 104% determinada por Washington.

“Devido à falta de respeito que a China demonstrou em relação aos mercados globais (...), estou aumentando a tarifa imposta à China pelos Estados Unidos para 125%, com efeito imediato”, escreveu Trump em sua rede Truth Social.

Como mais de 75 países solicitaram negociações, ele autorizou “uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato”, acrescentou.

Estratégia

Em meio ao anúncio de Donald Trump, Scott Bessent, afirmou que a estratégia do presidente americano teve o resultado planejado.

“Essa foi a estratégia dele desde o início, e pode-se até dizer que ele colocou a China em uma posição difícil”, declarou Bessent a repórteres.

“A China é a economia mais desequilibrada da história do mundo moderno e é a maior fonte dos problemas comerciais dos Estados Unidos”, acrescentou.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.