Na contramão de uma diretriz da União Europeia, o governo da Eslováquia aprovou, na quarta-feira (2), o abate de 350 ursos por considerá-los “um risco para a população”. A decisão foi vista como ilegal por ativistas ambientais do país.
A medida ocorre depois de vários ataques contra pessoas na Eslováquia, incluindo a descoberta dos restos mortais de um homem na região central do país no último domingo (30), que teria sido atacado por um urso.
“Não podemos viver em um país onde as pessoas têm medo de entrar na floresta”, disse à imprensa o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico. O governo eslovaco também declarou estado de emergência na maioria dos distritos eslovacos devido à presença “indesejável” de ursos.
O governo de Fico também declarou estado de emergência na maioria dos distritos eslovacos devido à presença “indesejável” de ursos.
Flexibilização
O Parlamento da Eslováquia já havia flexibilizado as regras sobre o abate de ursos em maio de 2024, autorizando revogações à proibição em vários distritos.
Mas o país deve respeitar uma diretriz europeia que apenas permite sacrificar ursos que causem danos à propriedades ou ataquem pessoas, e se não houver outra opção.
Em 2024, um total de 93 ursos foram sacrificados no país de 5,4 milhões de habitantes e 36 morreram em acidentes envolvendo automóveis, de acordo com o jornal Dennik N.
O ministro do Meio Ambiente, Tomas Taraba, enfatizou, nesta quarta, que há mais de 1.300 ursos na Eslováquia e que 800 são um “número suficiente”.
Mas defensores do meio ambiente criticaram o governo, afirmando que a decisão é contrária às obrigações internacionais.
Eles pediram que o ministério ensinasse à população a se manter segura na natureza, reforçando “a prevenção, a educação e o gerenciamento do lixo”, além de informar sobre “deslocamentos seguros na natureza”.
Diante da superpopulação e do aumento de incidentes, a Romênia, que tem 8.000 ursos, segundo estimativas do governo, a maior população da Europa fora da Rússia, autorizou o abate de cerca de 500 ursos, apesar das críticas de ativistas dos direitos dos animais e da diretriz europeia. (Com AFP)