Desde que Donald Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos, em janeiro deste ano, a principal promessa do republicano é deportar os migrantes em situação irregular. O plano é fazer a maior operação para deter aqueles que, nas palavras dele, “invadiram” o país.
Com isso, muitas pessoas vindas de outros países caíram nas garras da política antimigratória do presidente dos EUA.
Conheça a história de alguns dos alvos de Trump que mobilizaram a opinião pública:
Jasmine Mooney, atriz de ‘American Pie’
Jasmine Mooney passou duas semanas detida depois que foi presa por agentes da imigração. Na ocasião, depois que foi liberada, ela usou as redes sociais para contar como se desenrolou a situação.
A atriz, que é canadense, morava na Califórnia, com um visto de trabalho. Em uma de suas viagens do Canadá para os Estados Unidos, o visto dela foi revogado.
Quando precisou voltar aos EUA, depois de uma nova proposta de trabalho, Jasmine tentou solicitar um novo visto no escritório de imigração na fronteira de San Diego, onde havia tramitado o anterior. Lá, ela foi informada de que deveria regularizar seu visto por meio do consulado.
Ela concordou, mas, em vez de ser enviada de volta ao Canadá, foi presa “sem explicação ou aviso”, contou Mooney no Instagram. “Para colocar as coisas em perspectiva, eu tinha um passaporte canadense, advogados, recursos, atenção da mídia, amigos, familiares e até políticos que defendiam minha causa. E, mesmo assim, fui detida por quase duas semanas. Agora imaginem como esse sistema funciona para todas as outras pessoas que estão lá, pessoas que não têm meus privilégios”, escreveu.
Paciente em tratamento contra tumor cerebral
Uma menina de 10 anos em tratamento contra um tumor no cérebro se dirigia a Houston, no Texas, para uma revisão médica de emergência, quando ela e sua família foram detidos em um posto de controle migratório, no início de fevereiro. A garota e os irmãos dela têm nacionalidade americana, mas os pais são mexicanos.
Segundo o Projeto de Direitos Civis do Texas, uma ONG que promove justiça social, as autoridades migratórias forçaram os pais a escolher entre duas opções: permitir que os filhos permanecessem nos Estados Unidos sob custódia do governo e nunca mais vê-los, ou deixarem o país junto com eles.
Diante da situação, a família foi deportada para o México.
Jeanette Vizguerra, ativista que já esteve entre as ‘100 pessoas mais influentes’ eleita pela Time
A ativista Jeanette Vizguerra, de 53 anos, foi detida pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) nessa segunda-feira (17). Ela foi presa enquanto almoçava em seu trabalho, uma loja Target em Denver, no Colorado.
Ela despertou a atenção da comunidade internacional em 2017, quando se refugiou com suas filhas em igrejas para evitar ser deportada. No mesmo ano, a revista Time a incluiu entre as 100 “pessoas mais influentes”. Nessa época, acontecia o primeiro mandato de Trump e, desde então, Vizguerra já era um alvo.
O democrata Mike Johnston, prefeito de Denver, usou o X para protestar. “Ela é mãe de cidadãos americanos, funcionária da Target, líder de uma organização sem fins lucrativos e defensora da reforma da imigração, sem antecedentes criminais violentos. Sua prisão não tem a ver com segurança. Trata-se de uma perseguição a dissidentes políticos”, afirmou.
Mahmoud Khalil, ativista contra guerra em Gaza
Mahmoud Khalil, estudante da renomada Universidade de Columbia, em Nova York, foi detido por agentes de imigração dos EUA na semana passada, mesmo tendo o visto de residência permanente, o green card.
Ele se destacou durante a onda de protestos estudantis contra a guerra em Gaza nos campi universitários dos Estados Unidos, no ano passado. Trump descreveu o estudante como “simpatizante de terroristas”.
“Esta é a primeira prisão de muitas que virão”, disse Trump em sua plataforma de rede social Truth Social. Ele também acusou Khalil de ser um “estudante radical a favor do Hamas”.
Mahmoud é casado com uma uma cidadã americana que está grávida de oito meses. Ele é um refugiado palestino criado na Síria e estudante de pós-graduação na Escola de Relações Públicas e Internacionais na Universidade de Columbia, em Nova York.