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Bomba mata comandante da defesa nuclear russa e assessor em Moscou

Bomba foi implantada em scooter e à distância matou o general Igor Kirillov, nesta terça-feira (17); Kirillov, que foi nomeado chefe das forças de defesa nuclear da Rússia em abril de 2017, foi sancionado por vários países.

General Igor Kirillov, do Ministério da Defesa da Rússia, em imagem de fevereiro de 2023.

O comandante da Divisão de Armas Químicas do Exército Russo, Igor Kirilov, morreu em uma explosão nesta terça-feira (17) em Moscou, em um ataque reivindicado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), segundo uma fonte da instituição.

“O comandante das forças russas de defesa radiológica, química e biológica, Igor Kirilov, e seu auxiliar morreram na explosão”, informou um comunicado divulgado pelo Comitê de Investigação da Rússia, responsável pelos inquéritos mais importantes do país.

“Um artefato explosivo colocado em um patinete estacionado perto da entrada do imóvel residencial foi acionado na madrugada de 17 de dezembro”, quando os dois homens saíram do prédio na zona sudeste de Moscou. Algumas horas depois, uma fonte do SBU declarou à AFP que o Serviço de Segurança da Ucrânia foi responsável pela explosão.

“O atentado com bomba perpetrada hoje contra o tenente-general Igor Kirilov, comandante das forças de defesa radiológicas, químicas e biológicas das Forças Armadas Russas, foi uma operação especial do SBU”, afirmou a fonte.

A entrada do edifício sofreu danos consideráveis e as janelas de vários apartamentos quebraram, segunda imagens divulgadas pela imprensa russa. Os investigadores seguiram para o local e iniciaram análises para estabelecer “todas as declarações” do incidente, segundo o comitê.

“Um crime sem precedentes foi traição em Moscou”, afirma o site do jornal Kommersant, que destaca que Kirilov “não era o comandante mais importante envolvido na operação especial russa” na Ucrânia.

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Punição “sem piedade”

Uma fonte do SBU ucraniano afirmou que “Kirilov era um agressor de guerra e um alvo absolutamente legítimo, ao planejar o uso de armas químicas proibidas contra os soldados ucranianos”. A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, lamentou no Telegram a perda de um “general corajoso que nunca se escondeu nas costas dos demais” e comprometido “pela pátria mãe e pela verdade”.

Por sua vez, o vice-presidente do Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento Russo, Konstantin Kosashev, prometeu no Telegram que “os assassinos serão punidos, sem nenhuma dúvida e sem piedade”.

Kirilov, que estava no cargo desde 2017, foi objeto de avaliação do Reino Unido em outubro pelo suposto uso de armas químicas na Ucrânia. Ele é o oficial militar russo de maior escalação que morreu em Moscou desde o início da ofensiva do Kremlin na Ucrânia, há quase três anos.

Segundo o governo britânico, Kirilov e sua ajuda uniram a “enviar as armas bárbaras” para a Ucrânia, o que Moscou negou. O Reino Unido e os Estados Unidos acusam a Rússia de usar o agente tóxico cloropicrina contra as forças ucranianas, uma violação da Convenção sobre Armas Químicas.

A Rússia afirma que não tem mais um arsenal de armas químicas, mas o país foi pressionado a ser mais transparente sobre o uso de armas tóxicas. Em junho, a Ucrânia acusou a Rússia de intensificar os ataques na linha de combate com produtos químicos proibidos. Em novembro, o país registrou mais de 700 casos de utilização.

O assassinato desta terça-feira (17), aconteceu um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, elogiar o avanço de suas tropas na frente de batalha no final de um ano “crucial”.


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