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Investigação sobre OnlyFans revela abusos e até tráfico sexual para gravação de vídeos

Modelos relatam que foram coagidas para produção de materiais explícitos publicados na plataforma

Mulheres relatam que sofreram abusos para criminosos lucrarem com OnlyFans

Mulheres em diferentes partes dos Estados Unidos denunciaram casos em que foram forçadas a gravar vídeos de sexo para plataformas como o OnlyFans, site popular de conteúdo adulto. As vítimas relataram episódios de intimidação, abuso e até privação de liberdade impostos por agressores que lucravam com a venda dos vídeos. As informações são da agência Reuters.

De acordo com a apuração da agência de notícias, um dos casos ocorreu no estado de Wisconsin, onde uma jovem de 23 anos escapou de um relacionamento abusivo em que foi mantida como refém por quase dois anos. Segundo ela, seu então namorado, chamado Austin Koeckeritz, a obrigava a produzir vídeos sexuais para o OnlyFans sob ameaça de violência. Ele foi condenado a 20 anos de prisão por tráfico sexual. “Os dois anos lá pareceram décadas, e eu estava sofrendo sozinha e pronta para morrer”, desabafou a jovem.

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Outros relatos registrados pela Reuters incluem casos prostituição forçada organizadas por casais ou pessoas que exploravam as mulheres para gerar lucros. No estado americano de Ohio, um homem usava a plataforma para organizar encontros sexuais e comercializar pornografia forçada de várias mulheres.

Embora o OnlyFans afirme não compactuar práticas como prostituição, tráfico humano e trabalho forçado, especialistas ouvidos pela Reuters apontam que é difícil rastrear e punir casos de exploração devido ao modelo de pagamento da plataforma e o receio das vítimas em denunciar os abusos. “O OnlyFans oferece um ‘nicho exclusivo’ para traficantes operarem de forma privada”, afirmou Catheline Torres, da National Human Trafficking Hotline.

O OnlyFans enfrenta críticas e processos judiciais. Em um dos casos, uma mulher alega que o site lucrou com a publicação de um vídeo em que sofreu um estupro.

A plataforma afirmou à agência que reforçou políticas de consentimento para a publicação de conteúdo e que revisa todas as denúncias.


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Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.