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Líder do Hezbollah classifica explosão de pagers e walkie-talkies como ‘declaração de guerra’ de Israel

Apesar da gravidade dos ataques, Nasrallah garante que isso não foi o fim do grupo e prometeu ‘punição justa’

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, fez um discurso televisionado, nesta quinta-feira (19), falando sobre as explosões de pagers e walkie-talkies que deixaram 37 pessoas mortas e mais de 3 mil feridos nos últimos dois dias. Na avaliação do chefe do grupo extremista, o atentado foi uma “declaração de guerra” por parte de Israel e violou “todas as convenções, leis e linhas vermelhas”.

Nasrallah também disse que o ataque foi um “golpe sem precedentes”, mas garantiu que isso não será o fim do Hezbollah. “Recebemos um golpe severo, mas eu asseguro que nossa estrutura não foi afetada. É verdade que, tecnologicamente, eles são muito inteligentes. Mas também são muito estúpidos, porque nunca conseguem alcançar seus objetivos”, declara.

O grupo extremista, de acordo com o líder, tinha mais de 4 mil pagers, mas nenhum deles pertencia ao alto escalão do Hezbollah. Segundo o jornal “The New York Times”, Israel teria implantado explosivos em um lote de pagers encomendado pelo grupo. As bombas foram introduzidas em um chip, eram indetectáveis e tinham um algoritmo específico para serem ativadas.

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Novas ofensivas no norte de Israel

Também nesta quinta (19), Israel começou a colocar em prática a nova ofensiva no norte do país, na fronteira com o Líbano, onde o Hezbollah atua. O primeiro pronunciamento de Nasrallah aconteceu enquanto o exército israelense anunciou que bombardeava alvos no Líbano para “degradar as capacidades terroristas e de infraestrutura do Hezbollah”.

O grupo extremista, em resposta, deixou dois soldados israelenses mortos. Eles foram identificados como o major reservista Nael Fwarsy, de 43 anos, e o sargento Tomer Keren, de 20.

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Essa nova ofensiva também acontece porque, agora, o objetivo de Hassan Nasrallah é impedir que os cidadãos israelenses que vivem no norte do país consigam voltar para as suas casas. “Nenhuma escalada militar, nenhum assassinato ou guerra total trará os residentes de volta à fronteira”, declarou o líder.

O chefe do Hezbollah avalia o novo conflito como uma “oportunidade histórica” para o grupo, e reiterou promessas de retaliação, com uma “punição justa”, mas não deu mais detalhes do que estaria por vir.

O que é Hezbollah?

O Hezbollah é um grupo terrorista que surgiu em 1982, durante a Guerra Civil Libanesa, e é atualmente a maior força militar do país. Apesar de atuar no Líbano, o grupo é apoiado pelo Irã, de quem recebe financiamento, armamento e treinamento. Eles têm grande influência na política libanesa, incluindo o poder de veto nas decisões tomadas pelo governo.

Assim como o Hamas, o grupo libanês também defende o fim do Estado de Israel. Eles são mais poderosos do que os terroristas da Faixa de Gaza e seguem os princípios mais tradicionais do Alcorão e da Sharia (Lei Islâmica), recebendo apoio de boa parte da população local. Hezbollah significa “Partido de Deus” em árabe.

Apesar de não ter um cargo público, Nasrallah se tornou uma das figuras mais influentes do Líbano ao assumir o comando do Hezbollah em 1992, depois do assassinato do então líder do grupo, Sayyad Abbas Musawi, por Israel. Sob sua gestão, o movimento cresceu tanto em poder militar quanto em influência política, por meio de uma série de iniciativas sociais para comunidades xiitas, chegando inclusive a receber gabinetes em governos.

*Sob supervisão de Enzo Menezes


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Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.
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