Os ataques contra o grupo terrorista Hezbollah deixaram 14 pessoas mortas e 450 feridas, nesta quarta-feira (18), após centenas de walkie-talkies explodirem simultaneamente no Líbano. Os integrantes do Hezbollah usavam o dispositivo de comunicação via rádio para evitar o uso de celulares e, consequentemente, de serem alvos de hackers.
Os ataques aconteceram um dia depois de milhares de pagers, aparelho de comunicação também chamado de ‘bip’, também usados pelo grupo explodirem. Na terça-feira (17), o ataque deixou 26 mortos e cerca de 3.600 feridos. A suspeita é que Israel esteja por trás dos ataques. No entanto, o país não assumiu a autoria.
Mas como tantos walkie-talkies e pagers explodiram ao mesmo tempo? Uma das teorias diz que houve uma violação de segurança cibernética, fazendo com que as baterias de lítio dos pagers superaquecessem e detonassem. A outra teoria é que este foi um “ataque à cadeia de suprimentos”, portanto os aparelhos teriam sido adulterados ainda durante o processo de fabricação e envio ao Líbano.
David Kennedy, um ex-analista de inteligência da Agência de Segurança Nacional dos EUA, acredita que a segunda hipótese é mais plausível. À CNN, Kennedy disse que “as explosões parecem ser grandes demais para que isso seja um hack remoto e direto que sobrecarregaria o pager e causaria uma explosão de bateria de lítio”.
"É mais provável que Israel tivesse agentes humanos… no Hezbollah… Os pagers teriam sido implantados com explosivos e provavelmente só detonariam quando uma determinada mensagem fosse recebida”, comenta.
À agência de notícias Reuters, Paul Christensen, especialista em segurança de baterias de íons de lítio na Universidade de Newcastle, na Inglaterra, também afirma que o nível de dano causado pelas explosões dos pagers não é compatível com as falhas que essas baterias já apresentaram no passado.
Segundo o jornal The New York Times, Israel teria escondido materiais explosivos em um lote de pagers taiwaneses importados pelo Hezbollah. Os aparelhos haviam sido encomendados à fabricante taiwanesa Gold Apollo e foram manipulados por Israel antes de chegarem ao Líbano.
Uma fonte próxima do Hezbollah disse mais cedo à AFP que os pagers “que explodiram correspondem a um carregamento de mil dispositivos” que parecem ter sido “sabotados desde a origem”. Segundo o NYT, foram encomendados cerca de 3 mil pagers, a maioria do modelo AR924.
*Com informações de CNN Brasil e AFP