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Oito pessoas morreram e 2.780 ficaram feridas após pagers do Hezbollah explodirem em sequência no Líbano

Representantes da organização atribuíram o ataque a Israel e prometeram que situação teria uma punição justa

Milhares de pagers, um dispositivo que recebe mensagens via sinais, explodiram em sequência em vários pontos do Líbano, e deixaram oito pessoas mortas e 2.780 feridas nesta terça-feira (17). Os dispositivos são utilizados por membros do grupo terrorista Hezbollah para comunicarem entre si.

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Os representantes da organização atribuíram o ataque a Israel e prometeram que situação teria uma punição justa. “O inimigo israelense é totalmente responsável por esta agressão criminosa [...] Israel receberá sem dúvida a sua punição justa”, afirmou a organização terrorista.

Conforme a Agência Nacional de Notícias do Líbano, a situação se iniciou em subúrbios na região sul de Beirute e, em seguida, se expandiu por outras várias regiões. Entre os feridos está Mojtaba Amani, embaixador do Irã no Líbano, ele teve ferimentos leves e está em observação no hospital.

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Urgência

Devido ao grande número de feridos, o Ministério da Saúde do Líbano convocou profissionais da saúde para voltarem com urgência ao trabalho. Outra medida de emergência foi o pedido da pasta para os cidadãos doarem sangue para os feridos.

Pagers

Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver o momento em que as pessoas estão exercendo as atividades comuns do dia a dia quando de repente são surpreendidas por explosões em sequência. Apesar do dispositivo ser pequeno, ele possui bateria de lítio que quando aquecida pode derreter e pegar fogo e dessa forma machucar quem estiver perto dele.

Os bips ou pagers, aparelhos de comunicação que não precisam de cartão SIM nem de conexão à internet, explodiram quase que simultaneamente em várias regiões do país onde o grupo está estabelecido. Segundo o ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, a maioria das vítimas apresenta ferimentos “no rosto, nas mãos, no abdômen e até mesmo nos olhos”.

Hezbollah x Israel

A relação entre grupo terrorista Hezbollah e Israel está tensa desde o início da guerra entre o país e o, também grupo terrorista, Hamas, em 7 de outubro de 2023. Desde o início dos conflitos nos territórios israelenses e palestinos, a organização do Líbano tem realizado ataques a Israel.

Nesta terça-feira (17), o Exército de Israel afirmou que planeja acabar com os ataques do Hezbollah no norte do país para que os moradores da região possam voltar para as casas. Contudo, até o momento dessa reportagem, o país não se manifestou sobre as explosões.

À Itatiaia, o cientista político especialista em Israel em Oriente Médio, André Lajst, pontua que o ataque contra o Hezbollah é uma resposta aos contínuos conflitos entre o grupo terrorista e Israel. “Existe um problema em relação ao Hezbollah atacando Israel desde o dia 8 de outubro que acabou causando uma evacuação forçada de cerca de 70 mil israelenses”, comenta.

Conforme Lajst, além dos ataques feitos pelo Hezbollah no norte do Israel, o grupo tem reiteradamente violado a resolução 701, que determinou o fim da guerra do Líbano em 2006. “Ela prevê que nenhuma Força Armada pode estar abaixo do Rio Litani [no sul do Líbano], a não ser o exército Libanês ou as Forças Armadas da ONU. O Hezbollah viola essa resolução desde 2010", aponta.

Confira o vídeo abaixo

*Com informações da AFP


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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento