Em época de olimpíadas muito se discute sobre as diferenças físicas e fisiológicas de atletas de alto rendimento. O que muitas pessoas não sabem, é que assim como Michael Phelps tem uma anatomia totalmente voltada para a natação, existe uma tribo indígena asiática que consegue ficar até 10 minutos debaixo d'água, os Bajau.
A habilidade surpreendente tem a ver com variações genéticas apontadas por um estudo realizado por universidades da Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, Dinamarca, Holanda e Indonésia. Conforme a publicação, a seleção natural de variantes genéticas do gene PDE10A aumentou o tamanho do baço dos Bajau - o que permite que eles tenham um reservatório maior de glóbulos vermelhos oxigenados.
Além disso, os Bajau também possuem uma alteração genética, gene BGKRB2, responsável por afetar o reflexo do mergulho humano.
As seleções de indivíduos que possuem essas características podem ser explicadas pelo estilo de vida dessa população. Eles vivem dependentes do mar e viajam em barcos-casas no sudeste asiático por mais de mil anos. Além disso, se alimentam principalmente por animais coletados quando fazem o mergulho livre e passam mais de 60% do tempo de trabalho debaixo da água.
Devido às adaptações, os Bajau são capazes de mergulhar em profundidades maiores que 70 m utilizando apenas um conjunto de pesos e óculos de madeira. Essa técnica é conhecida como mergulho em apneia, nela, o corpo recorre a uma série de adaptações fisiológicas para conseguir manter o ser humano vivo enquanto fica muito tempo sem respirar. Confira o que muda no corpo quando mergulhadores utilizam a técnica da apneia:
- Bradicardia - diminuição do ritmo dos batimentos cardíacos, o que também reduz o consumo de oxigênio
- Vasoconstrição periférica - quando os vasos sanguíneos de regiões periféricas se contraem, direcionando maior fluxo de sangue para órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio, como o cérebro e o coração.
- Contração do Baço - o baço é o órgão responsável reciclar a células sanguíneas e injeta glóbulos vermelhos oxigenados no sistema circulatório.