Pesquisadores dos EUA desenvolvem prótese craniana transparente que possibilita ver o cérebro

Segundo um comunicado da universidade, essa descoberta pode abrir novos caminhos para monitorização de pacientes em estado crítico e para investigação clínica

Prótese inovadora foi desenvolvida por pesquisadores da universidade

Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia desenvolveram uma prótese craniana que pode funcionar como uma “janela” no crânio humano. Eles desenvolveram uma prótese de crânio humano transparente, que permite monitorar o cérebro com imagens de alta resolução coletadas por um ultrassom funcional.

Segundo um comunicado da universidade, essa descoberta pode abrir novos caminhos para monitorização de pacientes em estado crítico e para investigação clínica, bem como para estudos sobre o funcionamento do cérebro.

A primeira pessoa a receber a prótese de plástico transparente foi Jared Hager, de 39 anos. Ele sofreu um traumatismo cranioencefálico (TCE) devido a um acidente de skate em 2019 e, durante a cirurgia de emergência, metade do crânio dele foi removida para aliviar a pressão no cérebro. Dessa forma, parte do órgão ficou coberta apenas de pele e tecido conjuntivo. Mais de dois anos depois, ele teve o crânio restaurado com a prótese.

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Hager se voluntariou para outras pesquisas durante o processo. Depois que recebeu o implante inovador, ele se ofereceu para participar dos estudos sobre o fUSI, um ultrassom funcional que coleta imagens cerebrais de alta resolução. O fUSI não poderia ser usado através do crânio ou de um implante tradicional, portanto, Hager se encaixou perfeitamente nos pré-requisitos.

A pesquisa sobre o implante foi publicada na revista Science Translational Medicine. Segundo a Universidade do Sul da Califórnia, a imagem funcional do cérebro recolhe dados sobre a atividade cerebral medindo alterações no fluxo sanguíneo ou impulsos elétricos e pode oferecer informações importantes, como, por exemplo, como o cérebro funciona. Essas imagens aprofundam o que a ressonância magnética e a eletroencefalografia intracraniana não conseguem detectar, por exemplo.

“Se pudermos extrair informações funcionais através do implante craniano de um paciente, isso poderá nos permitir fornecer tratamento de forma mais segura e proativa”, disse o professor Charles Liu, professor de cirurgia neurológica clínica, urologia e cirurgia na Keck School of Medicine e diretor do Centro de Neurorestauração da USC.


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Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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