O dirigente político da oposição da Venezuela, Alfredo Díaz, de 56 anos, morreu este fim de semana na prisão onde estava detido há uma ano. A informação foi confirmada em uma reportagem da CNN Espanhol, pela filha Alejandra María Díaz.
O ex-governador do estado de Nueva Esparta, Alfredo, estava detido desde novembro de 2024 na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), conhecida como El Helicoide, para onde foi levado acusado de conspiração.
A defesa e os familiares de Alfredo Díaz sempre rejeitaram as acusações feitas contra ele, afirmando que o dirigente oposicionista não teve acesso a um processo legal adequado nem contato regular com seus advogados.
O governo, por sua vez, comunicou que Díaz sofreu um infarto, enquanto os parentes questionam se ele recebeu atendimento médico no momento em que passou mal.
O Ministério do Serviço Penitenciário divulgou nota oficial confirmando a morte do político. De acordo com o texto, Díaz apresentou sinais de infarto na manhã de sábado, foi socorrido por outros detentos e recebeu os primeiros cuidados de um paramédico da unidade antes de ser levado ao hospital, onde morreu poucos minutos depois.
As autoridades penitenciárias afirmaram que Díaz enfrentava processo judicial com “todas as garantias legais e respeito aos direitos humanos”, declaração que contrasta com o que diz a família.
Ex-governador de Nueva Esparta e figura de destaque no partido Ação Democrática, ele também já havia exercido os cargos de prefeito de Mariño e vereador.
A notícia de sua morte gerou reações imediatas. Gonzalo Himiob, vice-presidente da ONG Foro Penal, informou no X que a família já havia sido comunicada e defendeu uma investigação “objetiva e imparcial” sobre o caso.
A organização Provea, que atua na defesa dos direitos humanos, também criticou o episódio, classificando-o como mais um caso de morte sob custódia estatal e exigindo esclarecimentos urgentes.
Acusações semelhantes já foram dirigidas ao governo venezuelano em outras ocasiões, mas autoridades do regime repetem que todos os presos no país têm seus direitos assegurados e consideram “tendenciosos” os relatórios internacionais que apontam violações.
Entre os opositores, a morte de Díaz foi recebida com consternação. María Corina Machado e Edmundo González Urrutia declararam que o episódio se soma a uma série de mortes de presos políticos após as eleições de 28 de julho.
Eles enviaram condolências à esposa, Leynys, aos filhos e à população de Nueva Esparta. Já Leopoldo López, líder do Vontade Popular, afirmou que a perda atinge profundamente aqueles que dividiram com Díaz a luta por liberdade no país.
*Com CNN