Israel alertou que a violência continuará na Faixa de Gaza durante o mês sagrado do Ramadã, na cultura islã, se o grupo terrorista Hamas não libertar todos os sequestrados no ataque de 7 de outubro.
O governo israilense anunciou que se os reféns não forem libertados até o início do Ramadã em 10 de março, os combates se estenderam por toda a região, incluindo Rafah, no sul de Gaza - onde grande parte da população palestina está refugiada.
Pela primeira vez, o governo israelense estabeleceu um prazo para um possível ataque a Rafah, a última cidade de Gaza que foi não invadida durante os quatro meses de conflito no Oriente Médio.
Governos estrangeiros expressaram temor de um possível massacre em meio ao Ramadã e pedem para Israel evitar o ataque a cidade onde se encontram 1,4 milhão dos 1,7 milhão de palestinos deslocados pela guerra
A Faixa de Gaza continua sendo palco de combates intensos entre o Exército de Israel e o Hamas, nesta segunda-feira (19).
As Forças Armadas de Israel concentram os ataques no sul de Gaza, particularmente em torno de Khan Yunis e Rafah. Imagens divulgadas mostram intensos combates em casas e tanques abrindo caminho entre os destroços da Faixa de Gaza.
Ramadã
Em 2024, o Ramadã irá começar no dia 10 de março e terminará no dia 8 de abril. Segundo a tradição islâmica, a celebração marca o mês sagrado em que o Alcorão foi revelado ao profeta Maomé.
Durante o Ramadã, os muçulmanos fazem jejum desde o amanhecer até o pôr do sol. Isso significa que eles se abstêm de comer, beber, fumar e ter relações sexuais.
Além do jejum físico, os praticantes também se dedicam à oração, reflexão espiritual e ao ato de caridade.
O final do Ramadã é marcado pelo Eid al-Fitr, que celebra o término do jejum com orações, doações e festividades. A invasão israilense afeta as tradições islâmicas, principalmente no cenário devastador que se encontra a Faixa de Gaza.
Por outro lado, o ataque do Hamas a Israel aconteceu no mesmo dia do “Yom Kippur”, a data mais sagrada do judaísmo, em 7 de outubro de 2023. Na tradição judaica, a data é dedicada ao arrependimento, jejum e a reconciliação com Deus e os outros.
Uma guerra homônima começou na mesma época sagrada, há 50 anos, em 6 de outubro de 1973, quando países árabes liderados por Egito e Síria promoveram um ataque a Israel, que resultou em 19 dias conflito - vencido, do ponto de vista militar, pelo Exército israilense.
Negociações delicadas
Mediadores internacionais buscam uma trégua em Cairo para o conflito entre Israel-Hamas no Egito, mas as negociações avançam lentamente.
O governo dos EUA, aliado histórico de Israel, pressiona por uma trégua de seis semanas em troca da libertação de reféns. Em novembro, os dois países estabeleceram uma semana de cessar-fogo para a troca de reféns e prisioneiros palestinos.
Cerca de 250 pessoas foram sequestradas pelo Hamas em Israel, no ataque terrorista de 7 de outubro. A maioria deles continua refém, enquanto outros já foram libertados ou morreram em meio aos ataques.
A resposta militar israelense ao ataque do Hamas resultou em mais de 29 mil mortos palestinos, de acordo com o Min. de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A grande maioria das vítimas são civis.
O Conselho de Segurança da ONU pretende discutir uma nova resolução exigindo um cessar-fogo na região, mas os EUA indicaram a possibilidade de vetar o texto em favor do acordo para troca de reféns.
Enquanto isso, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) realiza audiências sobre as consequências legais da ocupação israelense dos territórios palestinos desde 1967, com a Autoridade Palestina denunciando “colonialismo e apartheid” por parte do Estado judeu.
*Com informações da AFP
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