Quase um século depois de tentar dar a volta ao mundo, o avião da pioneira da aviação norte-americana, Amelia Earhart (1897-1939), pode ter sido encontrado no meio do Oceano Pacifíco, entre a Austrália e o Havaí.
Um registro de sonar pode ser a prova da descoberta, segundo a empresa norte-americana de exploração marinha Deep Sea Vision (DSV) , que divulgou a imagem nessa segunda-feira (30).
After an extensive deep-water search, a talented group of underwater archaeologists and marine robotics experts have unveiled a sonar image that may answer the greatest modern mystery — the disappearance of Amelia Earhart. pic.twitter.com/qxDXg9n05R
— Deep Sea Vision (@DeepSeaVision) January 30, 2024
O desaparecimento da aeronave é um dos maiores mistérios da história da aviação e tema de dezenas de livros, filmes e fonte de teorias da conspiração.
A empresa informou que passou 90 dias fazendo buscas em uma área de 13.500 km² no fundo do Oceano Pacífico.
“Estrela do rock”
Earhart era uma pilota que já havia se tornado famosa por ser a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico. Em 1937, ela decidiu tentar dar a volta ao mundo, seguindo a Linha do Equador.
“(Earhart) era uma espécie de estrela do rock da época, a Taylor Swift da época. Todo mundo estava torcendo por ela, queriam que ela desse a volta ao mundo, e ela desapareceu sem deixar rastros. É o mistério do século 20, e agora do século 21”, disse à CNN Dorothy Cochrane, do Museu Nacional do Ar e do Espaço Smithsonian.
A pilota foi interpretada por Amy Adams no filme “Uma noite no museu 2” (2009), no qual é um dos personagens principais da saga que se passa no Museu Nacional do Ar e Espaço, em Washington DC, nos EUA.
Tragédia
Amelia Earhart, com 39 anos, decolou em 20 de maio de 1937 de Oakland, Califórnia, para se tornar a primeira mulher a realizar um voo ao redor do mundo. Ela etsava acompanhadfa do navegador Fred Noonan, de 44 anos.
Ambos desapareceram no dia 2 de julho, depois de decolarem de Lae, em Papua Nova Guiné, faltando apenas 4.000 km para completar a jornada histórica.
O avião deveria ter parado para abastecer na ilha Howland, no meio do Oceano Pacífico, mas nunca chegou ao destino.
A hipótese mais consistente é que eles ficaram sem combustível e caíriam com o bimotor Lockheed L-10 Electra em alto mar, perto da ilha Howland.
Segundo a DSV, a imagem feita por por um robô a cerca de 5.000 metros de profundidade revela contornos que correspondem ao modelo e o tamanho da aeronave.
“Sempre achamos que ela teria tentado fazer o possível para pousar suavemente na água, e a assinatura da aeronave que vemos na imagem de sonar sugere que esse pode ter sido o caso”, destacou o diretor-executivo da DSV, Tony Romeo.
Segundo ele, as imagens do sonar foram registradas a cerca de 161 quilômetros da Ilha Howland, o local onde Amelia Earhart e o navegador Fred Noonan deveriam pousar.
Descoberta ainda não foi comprovada
No entanto, o presidente da Nauticos, empresa envolvida na busca pela aeronave de Amelia Earhart, aponta que o objeto encontrado não possui algumas características do modelo “Lockheed Electra de Earhart”, como motores duplos.
Por outro lado, o sonar identificou a cauda dupla semelhante à aeronave perdida.
“É impossível identificar qualquer coisa apenas a partir de uma imagem de sonar, pois o som pode ser complicado, e o artefato pode ser danificado de maneiras imprevisíveis, alterando sua forma.r”, disse David Jourdan, presidente da Nauticos à CNN.
Ele ressalta que seria necessário retornar ao local para investigar melhor o avião e procurar a certificação “NR16020” na parte inferior da asa para confirmar a descobeta.
O especialista sugere que, se o avião for encontrado em grande profundidade, as baixas temperaturas e teor de oxigênio poderiam contribuir para uma boa preservação.
*Com informações da AFP e CNN
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