Na véspera do Natal, o “voo” do trenó do Papai Noel é acompanhado, nos Estados Unidos, em tempo real a partir de sites, aplicativos e em redes sociais. Mas, como tudo isso começou? A reportagem da rede americana ABC, publicada neste domingo (24), conta como há mais de 50 anos um erro de digitação em um anúncio de jornal criou a rota de entrega presentes a todos os bons meninos e meninas do mundo.
Segundo a reportagem, em 1955, a Sears Roebuck & Co — empresa comercial dona de uma rede de lojas — publicou um anúncio em um jornal com um número de telefone para o qual as crianças poderiam ligar e falar com o Papai Noel. Mas o número foi digitado incorretamente e conectava-se a um telefone na mesa do diretor de operações do Comando de Defesa Aérea Continental, coronel Harry Shoup.
“Apenas um general de quatro estrelas do Pentágono e meu pai tinham o número”, disse Van Keuren, filha do coronel, ao StoryCorps — organização sem fins lucrativos que visa registrar as histórias de americanos de todas as origens e crenças.
Então, em dezembro daquele ano, quando o telefone tocou, o coronel ficou surpreso com uma voz infantil perguntando pelo Papai Noel. Inicialmente, ele teria ficado irritado com a ligação. Contudo, após as chamadas persistirem, ele decidiu equipar a linha com aviadores para atender o bom velhinho.
Foi então que os aviadores acrescentaram o trenó do Papai Noel ao painel de vidro que o centro de comando usava para rastrear voos sobre os Estados Unidos.
“Papai ligou para uma estação de rádio e disse: ‘Este é o comandante do Centro de Alerta de Combate, e temos um objeto voador não identificado. Ora, parece um trenó. ‘A partir daí, as estações passaram a ligar a cada hora e perguntar: ‘onde está o Papai Noel agora?’”, contou Van Keuren. E, assim, nasceu uma tradição.
Os filhos do coronel disseram que eles recebem cartas de todo o mundo agradecendo-lhe por iniciar o rastreamento. O Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) assumiu a responsabilidade de rastrear o Papai Noel em 1958.