A Cordilheira do Espinhaço, única do Brasil e reconhecida há 20 anos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Reserva da Biosfera, tem se consolidado como um dos grandes destinos turísticos das Américas. No município de Grão Mogol, que integra a região, o secretário de desenvolvimento econômico e turismo, Ítalo Mendes, destacou que “a Cordilheira do Espinhaço é de riqueza enorme, a maior cadeia de montanhas do Brasil, com apenas 1% do território nacional, mas abrigando até 15% da biodiversidade e 23% de espécies endêmicas”.
O secretário Ítalo Mendes concedeu entrevista à Itatiaia em Montes Claros.
Segundo ele, a região reúne patrimônios da humanidade, cidades históricas e ecossistemas únicos. “O Brasil sempre apresentou Amazônia e Pantanal como grandes destinos de natureza, mas o Espinhaço também precisa ser reconhecido. Temos paisagens belíssimas, unidades de conservação, trilhas e cachoeiras, um grande convite à visitação e ao desenvolvimento econômico da região”, afirmou.
O Rio Itacambiraçu corta a cidade e compõe a Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha.
Grão Mogol tem papel de destaque nesse cenário. “É a segunda região do Brasil onde se descobre diamante e a primeira no mundo a encontrar a pedra no meio da rocha. Já chegou a ter duas vezes a população de São Paulo no século XIX, mas essa história foi sendo esquecida. O turismo hoje nos ajuda a resgatar essa relevância”, explicou Mendes. Ele ressaltou ainda que a cidade oferece clima serrano, cachoeiras, trilhas, parque estadual, centro histórico tombado e a Igreja Matriz de Santo Antônio, eleita entre as dez mais imperdíveis de Minas.
A região possui diversas cachoeiras, que vêm se tornando cada vez mais conhecidas.
Nos últimos anos, Grão Mogol tem atraído novos olhares. “A vinícola local surpreendeu o Brasil produzindo vinhos premiados, integrando visitação, gastronomia típica e enoturismo. Temos ainda trilhas de trekking e ciclismo reconhecidas nacionalmente, além de turismo pedagógico que já trouxe visitantes até da Inglaterra”, disse o secretário.
O tombamento estadual do Centro Histórico de Grão Mogol foi aprovado em 2017.
A sustentabilidade também é prioridade. “O Espinhaço é riquíssimo, mas frágil. Trabalhamos com práticas responsáveis e experiências conectadas à natureza, como o astroturismo. Poucos sabem, mas essa é uma das melhores regiões do Brasil para observar o céu noturno, e isso tem atraído cada vez mais visitantes”, destacou. Ele lembrou que Grão Mogol é finalista do prêmio da ONU Turismo como uma das melhores vilas turísticas do mundo em 2025.
O Presépio Natural Mãos de Deus é o maior presépio natural a céu aberto do mundo.
O calendário cultural reforça a vocação da cidade. “Neste fim de semana receberemos o Sertões Bike Experience, lançado pelo Rally dos Sertões, e também o Tudo é Jazz, maior festival de jazz de Minas. É a primeira vez que o evento vem para o Norte do estado. Eu costumo dizer que Grão Mogol é a cidade mais charmosa do Norte de Minas: faz frio, tem vinho e agora também tem jazz”, afirmou Mendes.
Para ele, a cidade se tornou referência. “Grão Mogol tem sido exemplo de como o turismo, quando priorizado pela gestão pública, pode gerar emprego, renda e desenvolvimento para todo o Norte de Minas. Nosso papel é puxar esse movimento e atrair cada vez mais turistas nacionais e internacionais para a região”, concluiu.