O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, na Zona da Mata, abriga o projeto Montanhas dos Muriquis, que realiza ações integradas de pesquisa, monitoramento e educação ambiental para proteger o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), o maior primata das Américas e classificado como criticamente ameaçado de extinção.
No parque, vivem cerca de 327 exemplares distribuídos em pelo menos 12 grupos sociais. Coordenado pelo biólogo Leandro Santana Moreira, do Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB), o projeto realiza expedições mensais ao interior e entorno do parque, utilizando drones, armadilhas fotográficas em dossel e sistemas de geoprocessamento para mapear os grupos de muriquis, estimar populações e identificar ameaças.
Também são localizados indivíduos isolados em áreas externas à unidade, visando propor estratégias de manejo que favoreçam a recuperação de outras populações. A equipe ainda adota métodos não invasivos, como a coleta de fezes, para análises genéticas. Essas informações ajudam a compreender a diversidade e a saúde da população, orientando ações de conservação mais precisas.
A preservação dos fragmentos florestais da região é essencial para a sobrevivência da espécie, que possui pouco mais de mil indivíduos na natureza.
De acordo com o biólogo do Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB), Leandro Santana Moreira, a expectiva é que o trabalho siga por muitos anos. “Todo esse trabalho é gerido e apoiado pelo Muriqui Instituto de Biodiversidade, que fornece a base e o amparo institucional necessários para a realização das ações. Esperamos que o projeto siga até que os muriquis estejam livres de qualquer ameaça. Assim, o ‘Montanhas dos Muriquis’ permanecerá sempre em defesa da espécie e da Serra do Brigadeiro.”
Diferenciais do projeto
Um dos diferenciais do Projeto Montanhas dos Muriquis é o trabalho de sensibilização com moradores da região. Por meio de caravanas educativas, visitas a escolas e reuniões com lideranças comunitárias, o projeto apresenta informações sobre os muriquis, a importância das unidades de conservação e alternativas sustentáveis para o uso dos recursos naturais. Materiais didáticos, livros infantojuvenis e vídeos educativos são utilizados para ampliar o alcance das ações.
A preservação dos fragmentos florestais da região é essencial para a sobrevivência da espécie, que possui pouco mais de mil indivíduos na natureza.
* Escrita por Mayara Fernandes sob supervisão de Roberta Oliveira
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